Por Juvenal Dias
A jovem Thais Fidelis Santos, de apenas 16 anos, natural de
Ribeirão Preto, conquistou o campeonato brasileiro de ginástica artística neste
domingo logo no seu primeiro ano na chave adulta. Um feito notável, na medida
em que se defrontou com nomes consagrados, como de Daniele Hypólito, Rebeca
Andrade e Jade Barbosa. Ela já não pode ser considerada mais uma promessa da
ginástica brasileira, principalmente depois de seus resultados recentes
(medalha de bronze na trave na etapa da Eslovênia da Copa do Mundo e agora
campeã do individual geral brasileiro). Ela compete pelo CEGIN, do Paraná, e
atingiu a soma de 54.400 pontos nos quatro aparelhos, tendo ficado em primeiro
lugar justamente na trave e no solo, foi segunda no salto e oitava nas barras
assimétricas, mas que foi suficiente para lhe garantir os pontos necessários
para ficar no lugar mais alto do pódio. Sobre essa conquista ela falou com
entusiasmo: “Gostei dos meus resultados, representou bem o esforço do meu
trabalho junto com meus técnicos, fiz o meu melhor”. Ela ainda completou seu
pensamento, dizendo que conseguiu corrigir o erro que teve no sábado e fazer
exibições melhores.
O clube do CEGIN fez dobradinha com a ginasta Fabiane Brito
em segundo lugar, atingindo a pontuação de 54.050, sendo que foi a melhor no
salto, segunda nas barras e trave e quarta no solo. A experiente Daniele
Hypólito, do ADC São Bernardo ficou com o terceiro posto e 53.150 pontos. A
atleta também falou após receber seu troféu: “É muito importante saber que
ainda estou podendo fazer ginástica, fazer aquilo que eu amo e que isso está me
trazendo frutos, então fico muito feliz, pois sei que estava competindo com meninas
excelentes. Para mim, estar conquistando um título, um terceiro lugar que seja,
que é algo muito importante, tendo em vista que foi um campeonato muito forte.
Estou em uma fase que faço isso porque amo muito isso e ultimamente não penso
no resultado que vai vir, penso em fazer uma boa competição, dando meu máximo.
O resultado vira consequência do esforço”. Quando terminou a competição,
Daniele ainda teve o cuidado de atender a todos os fãs, fossem mirins ou
adultos, todas as solicitações de fotos, mostrando a consciência de ídolo da
modalidade: “É muito gostoso, é uma energia positiva que eu carrego, é ótimo
levar isso para o dia-a-dia, é o que move o atleta, ter esse carinho todo”,
completou a ginasta.
No masculino, Caio Souza comprova sua boa fase dentro do
cenário nacional, conquistando o bicampeonato da competição seguidamente. O
atleta do ADC São Bernardo sobrou na competição desde sábado. Teve a somatória
de 83.700 pontos, tendo sido o melhor em três dos seis aparelhos, argolas,
barras paralelas e barra individual. Francisco Barreto, do Pinheiros foi o
segundo, atingindo 82.000 cravados e Lucas Bittencourt, do SERC Santa Maria,
finalizou em terceiro, fechando assim o pódio com um total de 81.200 pontos.
Caio comentou seu desempenho após a cerimônia de premiação: “Estou
muito feliz com tudo o que eu fiz, venho de um ritmo de trabalho muito forte
para poder chegar no campeonato brasileiro e mostrar a melhor ginástica que
tenho. Estou feliz pra caramba, sou
bicampeão. Agora tem o Pan-Americano (de especialistas), depois tem o Mundial e
eu continuo com o foco de melhorar minha ginástica. Estou contente por não ter
tido quedas aqui, poderia ter competido melhor, mas estou muito feliz com
minhas apresentações. São sete horas diárias dentro do ginásio treinando, para
poder chegar aqui e ter um momento, uma chance e acredito que esse trabalho foi
bem feito”.
Também falou da diferença de cada campeonato brasileiro conquistado
por ele: “O que teve de mudança deste campeonato para o passado é que foi
validado as notas dos dois dias, tirado a média para o resultado final, mas não
importa o torneio, cada campeonato tem sua importância, não interessa se é
dentro do nosso clube ou mundial. Para mim, é uma competição, entro focado do
mesmo jeito, quero fazer meu trabalho da melhor forma para poder mostrar a
todos a minha melhor ginástica. Não consigo falar o quanto evolui em termos de
nota do anterior para este, porque nosso código de pontuação mudou muito, mas
só de poder competir, depois de estar vindo de uma cirurgia, ainda não fiz a
prova de solo que quero fazer, tampouco a de salto, por conta do meu pé, mas
acredito que a evolução está sendo gradual. Mudei minhas séries, todas tiveram
elementos novos e fico feliz de ter acertado em um campeonato tão grandioso”.
Foto: CBG
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