Assim que a Vila Olímpica foi inaugurada no Rio de Janeiro
no ano passado as primeiras delegações já foram se instalar em seus quartos. Uma
das primeiras nações a se mudar foi a da Austrália, e logo que isso ocorreu,
vários problemas surgiram. Apartamentos ainda não finalizados, problemas com
encanamento, fiação, resto de obras nos quartos, dentre outros problemas,
marcaram as primeiras horas dos australianos. No meio de toda a confusão, um rosto
se tornou conhecido dos brasileiros, o de Kitty Chiller, que era a Chefe de
Missão da Austrália, e responsável por reportar todos aqueles problemas para a
organização e também por dar entrevistas para a imprensa sobre o caso. Rapidamente
o rosto de Chiller ganhou as TVs e jornais do Brasil, se tornando um dos
primeiros personagens daqueles Jogos, mesmo antes de começarem.
Menos de um ano após ter a experiência de dirigir a Missão
da Austrália no Rio de Janeiro, Chiller disse que não cumprirá mais esse papal
para o comitê olímpico local, ficando assim de fora de Tóquio 2020. A decisão
de não liderar mais as missões australianas partiu da própria dirigente, que
foca em sua carreira corporativa. “Se eu fizer algo, eu faço isso 100%, e o
papel de chefe ocupa muito tempo. Como eu sei que não conseguiria dar tudo a
mim, e eu tenho toda essa vida nova, então eu sei que não poderia fazer isso”
afirmou.
Atualmente a australiana se encontra em Taipei, onde faz parte
da delegação de seu país na Universiade, atuando como embaixadora oficial da
equipe, apoiando atletas e funcionários. Chiller, que foi atleta de pentatlo
moderno e disputou os Jogos de Sidney 2000, agora passará a dar consultorias e assistência
para os futuros chefes das missões do país que participarão dos mais diversos
eventos, como os Jogos Olímpicos de inverno e de Verão, Jogos Olímpicos da
Juventude e Jogos Asiáticos da Juventude.
Os problemas enfrentados por Chiller e pela delegação
australiana no Rio de Janeiro em 2016 não foram poucos. Após apontar os
problemas estruturais do local, a delegação se retirou da Vila e foi para
hotéis da cidade e só voltaram para a Vila depois que as correções foram feitas
em seus apartamentos. Durante os Jogos, Chiller teve que resolver outra questão
polêmica envolvendo os australianos. Nove atletas do país foram detidos pela
polícia do Rio de Janeiro depois de assistirem a uma partida de baquete nas Olimpíadas.
Os atletas teriam sido forçados a pagarem uma multa depois que se sentaram em
locais que não eram os seus durante uma partida de basquete masculino entre
Austrália e Sérvia.
A expectativa é que na próxima reunião do Conselho de
Administração do Comitê Olímpico Australiano (AOC) um novo chefe das missões do
país seja escolhido para Tóquio 2020. A reunião acontecerá no dia 24 e tem como
um dos fortes candidatos o ex-nadaor olímpico Chris Fydler, que já havia sido
vice-chefe de missão nos Jogos do Rio, no ano passado. A reunião do conselho
executivo da AOC será a primeira a acontecer desde a Assembléia Geral Ordinária
em maio, onde John Coates foi reeleito como presidente do comitê do país.
Foto: Getty Images
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