A Associação de Futebol da Inglaterra pretende montar uma equipe
feminina para tentar a classificação para as Olimpíadas de Pequim, em 2020. Na
edição do Rio de Janeiro, no ano passado, a Grã Bretanha não mandou nenhuma
equipe porque as quatro associações de futebol que formam a nação não
conseguiram chegar a um acordo.
Segundo o presidente-executivo da The Football Association
(FA), Martin Glenn, existem conversas para que o futebol feminino tenha uma
equipe dentro de três anos. Ele ressaltou que as pessoas que tratam sobre o assunto
não terão o apoio ativo de dirigentes das associações, mas que eles não
impedirão o caminho trilhado para a volta da equipe feminina. "Nós
trabalhamos muito duro com as outras nações de origem para levar a ideia de que
uma equipe britânica seria boa para o futebol, tanto na Inglaterra, como também
na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte” assegurou Glenn.
Ele ainda contou que todos ficaram tristes de não terem contado com a equipe feminina nas últimas Olimpíadas, já que para o futebol
feminino, o evento é muito importante, dispondo das principais jogadoras e
seleções do mundo. “Ficamos muito desapontados com o fato de que, para as
Olimpíadas do Brasil, não poderíamos colocar uma equipe britânica. Para
o futebol feminino, os torneios olímpicos são muito mais importantes em
comparação com o futebol masculino" disse.
A discussão a respeito de uma equipe de futebol representado
a Grã-Bretanha, seja entre os homens ou mulheres, é antiga e longe de ter um
fim. Para 2016, a FA da Inglaterra já tinha tentado enviar as mulheres para os
Jogos, mas a FIFA disse que só poderia deixar a equipe jogar se tivesse um
acordo entre os quatro órgãos responsáveis pelo futebol.
Representantes do País de Gales agora também se mostram propensos
a aceitarem uma equipe feminina britânica. No mês de abril o
presidente-executivo da Associação de Futebol do País de Gales, Jonathan Ford,
disse que agora já poderia ver os “méritos” de uma equipe de futebol feminino.
Entre aqueles que se mostraram contrários a um time
britânico nas Olimpíadas estava o presidente da FA da Escócia, Stewart Regan.
Para ele, uma equipe britânica seria prejudicial para as outras nações que
forma a Grã-Bretanha. Isso poderia afetar as outras associações em outros
torneios futuros, em que eles desejassem competir separadamente, como na Copa
do Mundo. Um porta-voz da FA escocesa disse que a posição da entidade continua
a mesma. "Nossa posição continua sendo que a FA escocesa não apoia o
futebol olímpico sob a bandeira do Time GB, preferindo que toda a organização internacional
de futebol envolvendo jogadores escoceses seja jogado em nome da Escócia” garantiu
o porta-voz. Já a Associação Irlandesa de Futebol assegurou que não
aprova uma equipe britânica para o futebol feminino em Tóquio 2020, para proteger
sua independência quanto nação dentro da FIFA.
Nas Olimpíadas de 2012, disputadas em Londres, a
Grã-Bretanha conseguiu disputar os dois torneios, masculino e feminino. As
equipes foram organizadas pela FA da Inglaterra e foram comandadas por Stuart
Pearce no masculino, e Hope Powell no feminino. As duas seleções foram
eliminadas nas quartas de final.
Atualmente a equipe feminina inglesa vem tendo boas
participações nas principais competições internacionais. Em 2015, comandadas
por Mark Sampson, elas conseguiram o terceiro lugar na Copa do Mundo feminina,
disputada no Canadá. Já esse ano as mulheres inglesas chagaram até as
semifinais da Eurocopa, na Holanda.
Foto: Getty Images
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