Após conquistar quatro medalhas no campeonato mundial de
canoagem sprint, disputado na República Checa, a neozelandesa Lisa Carrington agora
planeja disputar quatro provas nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. A ideia
de Carrigton, atual bicampeã olímpica do K1 200 metros, ao disputar quatro
provas no mundial que acabou no último final de semana era fazer testes em um
mundial em um ano pós-olímpico, sem tanta pressão. Com o sucesso alcançado, a
canoísta agora quer alcançar objetivos mais ousados.
Na República Checa, Carrington ganhou a medalha de ouro no
K1 200 metros, categoria em que está invicta desde 2011, e no K2 500 metros com
Caitlin Ryan. No K1 500 metros, onde foi bronze no Rio, a neozelandesa
conquistou a medalha de prata no mundial. Completando suas conquistas no
mundial, a atleta conseguiu o bronze na prova do K4, ao lado da equipe do país.
Apesar das medalhas conquistadas no mundial, Lisa sabe a
dificuldade de se disputar quatro provas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos
e dos riscos que iria correr, caso isso viesse a se confirmar. "É
realmente tentador fazer todos os eventos, mas realisticamente é muito
desafiador. Você quer atuar ao máximo em todos os eventos que você faz. Ao competir
em quatro, isso pode comprometer esses resultados. É muito emocionante, mas
temos alguns anos até lá, e um ano inteiro para descobrir o que vamos fazer nos
próximos campeonatos mundiais" garantiu a canoísta.
Um dos fatores que pode pesar contra a disputa das quatro
provas em Tóquio é cronograma da competição. Com um curto espaço de dias de
disputa, algumas provas terão disputas no mesmo dia, com um intervalo as vezes
menor do que 40 minutos.
Se Lisa cogita disputar as quatro provas nos Jogos de 2020,
o seu treinador não pensa o mesmo. Ao menos por enquanto. "Fazer todas as
quatro provavelmente é um pouco demais nos Jogos Olímpicos, então precisamos
ser estratégicos em como escolhemos esses eventos para diferentes pessoas e
como esses atletas decidem se concentrar em diferentes eventos", destacou
o treinador Gordon Walker. Ele lembrou que não é apenas Lisa que faz parte da
equipe neozelandesa, e que tudo deve ser analisado. "Caitlin é nossa
segunda campeã mundial feminina. Há ainda Aimee e Kayla (completaram o time na
K4), todas atletas fantásticas. Como espalhamos nossos talentos em todos os
eventos, vai ser uma decisão muito difícil e cuidadosa para todos nós"
assegurou Walker.
A intenção do treinador é que Lisa dispute em 2020 três
medalhas, o que já seria uma conquista excepcional. Ele explicou que no mundial
Lisa já havia batido o recorde de vezes em que foi para água disputar uma regata
e que isso em uma Olimpíadas seria mais complicado. “Alguns dos eventos, pela
natureza do programa, tornam difícil serem disputados juntos. Esse é
provavelmente o maior desafio. Carrington fez 10 corridas nas disputas em
Racice, o que foi um esforço notável. Seu recorde anterior foi de seis regatas”
contou Walker.
Especialista no K1 200, prova em que não perde uma disputa
desde 2011, e no K1 500, Lisa se mostrou satisfeita em disputar as outras
provas e se disse feliz em poder compartir seus treinos com as outras meninas
que compunham a equipe do K4. "Foi realmente especial poder voltar do Rio
(Olimpíadas de 2016) e realizar isso. Muita confiança e planejamento entraram
nisso. Mas trata-se de garantir que você espalhe sua energia durante o fim de
semana. Treinar com as meninas no K2 e no K4 mudou um pouco meu horário de
treinamento, mas foi uma coisa divertida de fazer e é bom sair de um ano
olímpico e ser capaz de fazer algo diferente" finalizou Carrington.
Foto: ICF
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