Na última semana Andreea Raducan foi eleita a nova
presidente da Federação Romena de Ginástica. A ex-ginasta assume o cargo em um
momento difícil para o esporte mais vitorioso do país em Olimpíadas, com 71
medalhas no total, sendo 25 delas de ouro. Raducan, de 33 anos, foi uma das atletas
de maior destaque da Romênia, tendo conquistado duas medalhas olímpicas em Sidney
2000. Em mundiais a romena conquistou cinco medalhas de ouro, uma de prata e
outras duas de bronze, além de ter uma prata em um bronze em campeonatos
europeus.
Raducan terá a difícil missão de recolocar nos trilhos do sucesso
o esporte que passa por uma grave crise. A Federação Romena atravessa um
momento de turbulência provocado pela queda de investimento noa modalidade que mais
rendeu medalhas olímpicas ao país e também por contar com poucos clubes
privados que podem oferecer o ensino de ginástica. Outro fator que agrava a
crise romena é a grande saída de treinadores do país em busca de salários
melhores em outras nações. “Eu quero que nos tornemos novamente uma equipe
unida e assim possamos voltar a disputar o topo nas competições” afirmou a nova
dirigente. Andreea acredita que possa somar o entusiasmo das novatas com a
experiência das veteranas para conseguir voltar a brigar por pódios.
Andreea Raducan protagonizou um dos momentos mais embaraçosos da ginástica em Jogos Olímpicos. Campeã por equipes e do Individual Geral, e prata no salto nas Olimpíadas de Sidney 2000, a atleta romena acabou sendo pega em um exame antidoping. Raducan e a Federação Romena alegaram que um medicamento para o tratamento de uma gripe foi dado a ginasta um dia antes de sua competição no Individual Geral, que acabou aparecendo em seu exame antidoping. Mesmo com as tentativas do Comitê Olímpico da Romênia e de membros da Federação Internacional de Ginástica (FIG) em manter a medalha com Raducan o COI caçou sua medalha. Assim, sua companheira de seleção, Simona Amanar herdou o ouro e outra romena, Maria Olaru, ficou com a prata e a chinesa Liu Xuan terminou com o bronze. Todas as três disseram em entrevistas na época que acreditavam na inocência de Raducan e a consideravam a verdadeira campeã olímpica. Quando voltou para a Romênia, Amanar entregou a medalha de ouro novamente para Raducan. Como apenas no dia da final do Individual Geral seus exames apontaram a presença da substância proibida, suas outras medalhas foram mantidas.
Desde a medalha de prata por equipes na edição de 1976, em
Montreal, com Nadia Comaneci até Londres 2012, a Romênia jamais esteve fora do pódio na categoria.
Foram 10 medalhas consecutivas para o país na prova por equipes. Até que em 2016
a Romênia sofreu um duro golpe ao não conseguir sequer classificar uma equipe
completa para a edição do Jogos no Rio de Janeiro. Devido a lesões de algumas de suas
principais atletas, Larisa Iordache incluída, e ao baixo rendimento das
novatas, a equipe não se classificou nem mesmo através do Evento Teste
realizado no Brasil, uma espécie de repescagem da modalidade. Representado por
apenas uma atleta no feminino, Catalina Ponor, o país se classificou apenas para a final da
trave, mas acabou sem medalha. No masculino, Marian Dragulesco conseguiu final na prova de salto e Andrei Muntean na prova de barras paralelas, mas os dois também acabaram sem medalhas.
Foto: Silvia Vatteroni
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