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Andre De Grasse sonha em bater Usain Bolt nos 100 metros do Mundial de Atletismo

No dia 17 de agosto de 2016, uma das cenas mais divertidas das Olimpíadas acontecia no Estádio Olímpico. Era a semifinal dos 200 metros rasos e na disputa estavam lado a lado um dos maiores nomes da história do atletismo, Usain Bolt, e do outro André De Grasse, um menino canadense que anos antes começara a trilhar seu caminho nas mesmas provas que o ídolo jamaicano. Bolt disparou na liderança logo no início e, se poupando, segurou no final. Foi quando o canadense viu a oportunidade de, ao menos uma vez, chegar na frente do jamaicano. Bolt percebendo a aproximação de De Grasse se vira para o garoto sorrindo, e o garoto retribui o sorriso. Os dois cruzam a linha de chegada quase às gargalhadas, com Bolt balançando o dedo em sinal de negativa. Não seria daquela vez que Bolt perderia a prova para o canadense. No mundial que começa sexta-feira, De Grasse tentará estragar a festa de despedida de Usain Bolt, batendo o jamaicano pela primeira vez em sua carreira, na grande final dos 100 metros rasos.

Esse é o sonho de André De Grasse. Apesar de ainda não contar no currículo com nenhum ouro mundial ou olímpico, o velocista já se converteu em um dos maiores nomes do atletismo mundial e é um claro candidato a sucessor de Usain Bolt. De Grasse já é tão popular que em 2015 ele assinou o contrato mais lucrativo de um atleta do atletismo no ano. O contrato de cerca de 30 milhões de reais ainda contava com bônus por resultados que poderiam passar dos 80 milhões de reais.

Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro o velocista conquistou a medalha de prata nos 200 metros e outros dois bronzes, um nos 100 e outro no revezamento 4x100 com a equipe canadense. Como Usain Bolt não irá disputar a prova dos 200 metros em Londres neste mês, André se torna um dos grandes favoritos ao ouro, tendo o sul-africano Wayde van Niekerk como seu maior rival. Mas ele quer mais do que isso. Quer poder bater Usain Bolt, e para isso terá apenas mais uma chance, na prova dos 100 metros rasos. A disputa na capital inglesa deverá marcar a despedida de Usain Bolt, e também a última tentativa do canadense em vencer o jamaicano.

André De Grasse afirma não ter nenhuma rivalidade entre os dois. Até porque, para ele, isso só seria possível se em alguma ocasião já tivesse vencido Bolt. Para ele isso é o que cria a rivalidade, o desejo de devolver uma derrota. “Não é uma rivalidade. Ele dominou por tanto tempo e eu ainda não o venci, mas adoraria. Para ter uma rivalidade você tem que ter uma ida e uma volta. Ele está saindo, é um veterano. Eu ainda estou tentando me provar”, afirmou.

Andre De Grasse veio de uma família humilde e teve uma infância problemática. Para poder seguir na carreira de atleta, a mãe do canadense precisou trabalhar em dois empregos para que pudesse manter o sonho do filho vivo. Hoje, além de ser um dos maiores atletas do mundo, Andre é também formado em sociologia. Por ter vivido esse lado de dificuldades financeiras, Andre fala com propriedade sobre problemas sociais que afetam o mundo e como isso torna o mundo injusto. Seja em qual lugar do planeta for. “Eu não acredito que o mundo é justo. Eu vi coisas em todo o mundo, seja em Doha, no Canadá ou na América. Eu vejo como as pessoas vivem. Você dirige pelos bairros durante o seu caminho para os eventos”, garantiu o atleta, que também relembrou as diferenças sociais encontradas no Brasil durante as Olimpíadas. “O Brasil era assim. Você passa por parte dessas favelas, e não é justo. Se as crianças tivessem a oportunidade ou conhecessem alguém para lhes dar a oportunidade, as coisas seriam diferentes” assegurou.

Mas antes de se envolver na luta por direitos humanos, Andre tem em mente o atletismo, onde quer ser ainda mais do que já é. Quer ser um dos maiores de todos os tempos nesse esporte. Na atual temporada o atleta já marcou o tempo de 9.69 segundos, na etapa de Stockholme da Diamond League. André quer marcar seu nome na história com medalhas, títulos, e se possível, recordes. “Eu quero ser um campeão olímpico, campeão mundial, talvez até um recordista mundial. Estou determinado a ser o melhor” concluiu. Londres e seu mundial podem marcar mais uma página na trajetória de Andre De Grasse rumo ao topo.

Foto: AP


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