Um dia após acabar com a invencibilidade de cinco anos da estrela americana Katie Ledecky, a italiana Federica Pellegrini surpreendeu a todos ao anunciar nesta quinta-feira (27) que a vitória na final de Budapeste foi a sua despedida dos 200 livre em campeonatos de alto nível.
"É tudo indescritível .... não há palavras talvez porque eu ainda não tenha percebido o que aconteceu... eu orei, orei a Deus para me dar uma nova chance, mais uma oportunidade para me manter saudável no momento certo... não é fácil! A todos parece trivial, mas entrar na água sem que você tenha todas as cartas na manga é uma dor que só um atleta pode entender! Minhas preces foram atendidas e, por algumas vezes na minha vida, eu tinha a sensação de estar a cada passo, nestes dias, no lugar certo, na hora certa!!! Obrigada a algumas pessoas que choraram comigo fora da piscina depois da sangria no Rio! E obrigada às mesmas pessoas que choraram comigo agora!! Acreditamos, sofremos e fizemos !! Eu fecho minha casa de um jeito melhor que sonhei" disse Pellegrini em um post em sua conta pessoal no Instagram.
Maior estrela da natação em seu país por pelo menos os últimos doze anos, a diva - como é conhecida pela imprensa italiana - vem colecionando resultados muito bons e regulares nesta prova há muitos anos e por isso é considerada por muitos como a maior nadadora dos 200 livre de todos os tempos.
Também pudera, seu currículo na distância é impressionante.Em Olimpíadas, uma prata em Atenas 2004 quando tinha apenas 16 anos de idade, se tornando a mais jovem italiana a conquistar uma medalha olímpica, título mantido até hoje. Quatro anos depois a consagração máxima ao vencer em Pequim 2008 e se tornar a primeira mulher de seu país a conquistar um ouro olímpico na natação.
Já em mundiais, muitas gerações passaram pelos 200 livre ao longo dos últimos anos, mas apenas Pellegrini se manteve no pódio em todas as sete edições que disputou, conquistando um bronze (Melbourne 2007), três pratas (Montreal 2005, Barcelona 2013 e Kazan 2015) e três medalhas de ouro, contando a da atual edição (Roma 2009, Shangai 2011 e Budapeste 2017). Foi em casa inclusive, durante a edição disputada em Roma, que ela levou o público do Foro Itálico à loucura ao vencer também os 400 metros livre e em ambas as provas com recorde mundial.
O tempo de 1m52s98 feito por ela na final dos 200 livre de 2009 foi recorde mundial e é um dos poucos da natação feminina que persiste até hoje.
Não é uma aposentadoria. A nadodora de 28 anos deixou claro que apenas mudará o foco de suas provas e decidiu que vai tentar disputar Tóquio 2020, mesmo após ter declarado em 2014 que os Jogos do Rio em 2016 seriam seus últimos pois tentaria ser mãe após sua quarta participação olímpica. Segundo ela, a preparação para os jogos do Rio foi muito complicada e ela quer testar provas novas, buscar novas conquistas. Os 100 livre e os 100 costas, provas que também costuma nadar, podem ser as novas apostas da musa italiana.
Foto: SIPA USA
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