Com o término dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro,
no ano passado, um dos principais desafios do país era garantir que as
estruturas montadas para os megaeventos tivessem um uso contínuo
assegurado. Para apresentar as competições e iniciativas desenvolvidas
no Parque Olímpico da Barra, em especial no Centro de Tênis, no
Velódromo e nas Arenas Cariocas 1 e 2, espaços gerenciados pelo Governo
Federal, representantes do Ministério do Esporte e da Autoridade de
Governança do Legado Olímpico (AGLO) participaram, na quarta-feira
(07), de uma audiência pública na Câmara dos Deputados.
"O Ministério do Esporte tem nos acompanhado na transição para essa
nova autarquia federal. Num curto espaço de tempo alcançaremos uma
agenda ainda mais positiva", afirmou Paulo Márcio Dias Mello, presidente
da AGLO, órgão criado para implementar o Plano de Legado dos Jogos, e
que participou da audiência por meio de uma transmissão ao vivo, direto
do Parque Olímpico, mostrando a estrutura dos quatro espaços.
No mês passado, por exemplo, foram realizados eventos internacionais
no Centro de Olímpico de Tênis, com a disputa da etapa carioca do
Circuito Mundial de Vôlei de Praia, e no Velódromo, durante o Rio Bike
Fest. Além disso, no próximo fim de semana, a Arena Carioca 1 recebe a
20ª edição dos Jogos da Baixada, com disputas de futsal e handebol.
"Agora realizaremos competições específicas de tênis. Nosso maior
sonho é trazer para cá o Rio Open. Se eu não conseguir trazer em 2018,
por questão de adequação que estão fazendo dentro da federação
internacional, em 2019 a possibilidade é muito grande. A Confederação
Brasileira de Tênis também tem a intenção de trazer a sua sede para cá",
contou Paulo Márcio. "Não nos preocupamos só com esporte de alto
rendimento, mas também com esporte de base e educacional, de
participação da população, inclusão social, para tirar as crianças da
rua e trazer para as modalidades de que elas gostam, e isso nós também
temos desenvolvido", completou.
Rodrigo Gouvea de Carvalho, chefe da Assessoria Especial de Projetos
do Ministério do Esporte, destacou que, além da utilização das arenas da
Barra da Tijuca, o Complexo Esportivo de Deodoro também segue em
funcionamento, graças a um acordo de cooperação com as Forças Armadas.
"As estruturas montadas para os Jogos Pan-Americanos já são bem
utilizadas desde 2007. Estamos trabalhando para levar projetos para
Deodoro, por ser uma área bem carente", explicou, ressaltando ainda o
uso do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), mais um
legado olímpico.
"Quando a gente pensa em legado, pensa muito em instalação esportiva,
em equipamentos, mas existe também toda a parte de legislação, e a área
de dopagem foi muito importante. É mais um legado que ficou para o
Brasil, especialmente para o Rio, e que está em pleno uso", acrescentou.
A audiência contou ainda com a participação de Maurício Mendes Pinto,
representante da Subsecretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de
Janeiro. Segundo ele, o principal projeto em desenvolvimento na Arena
Carioca 3 é voltado à formação de novos talentos. "Desde 2010, um ano
após a escolha do Rio como sede dos Jogos, desenvolvemos o projeto do
Ginásio Experimental Olímpico. Vamos fazer a transição de alunos de
projetos sociais e de base para o alto rendimento. Esse projeto tem o
objetivo de captar, na rede municipal, alunos com condições de
desenvolver uma habilidade esportiva", afirmou.
De acordo com Maurício, desde que a Prefeitura recebeu as chaves da
Arena 3, em março deste ano, o espaço já passou por adaptações e
limpeza, e recebeu eventos com alunos de escolas municipais e com o
público em geral. O local herdou o piso da Arena do Futuro, onde foram
disputados os jogos de handebol e goalball no Rio 2016, e equipamentos
de ginástica da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro,
adquiridos por meio de convênio com o Ministério do Esporte.
O presidente da empresa GL Events, Arthur Repsold, ponderou ainda
sobre os ajustes que serão necessários às arenas 2 e 3. "Esses espaços
foram construídos para competição, e não para centros de treinamento.
Eles precisarão passar por grandes adaptações", avaliou.
O requerimento para a audiência pública foi de autoria da deputada
Flávia Morais. "Visitamos outros países que sediaram eventos mundiais e
percebemos a importância desse legado na formação de novos atletas e da
cultura da prática esportiva", observou. Na última sexta-feira (2),
integrantes da Comissão do Esporte fizeram uma visita técnica ao Parque
Olímpico da Barra acompanhados do presidente da AGLO e do ministro do
Esporte, Leonardo Picciani.
Foto: Câmara dos Deputados
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