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Coluna Sudamérica Olímpica - O renascimento do vôlei peruano

Por Paul Huanqui Arosemena

Faz 16 anos que a bandeira do Peru não aparece nos campos de vôlei em Jogos Olímpicos. O esporte coletivo mais ganhador do meu país teve uma época dourada que – ironias da vida- teve como ponto mais alto a medalha de prata em Seul 1988. A rede ficou cada vez mais distante desde então.

Desde Sidney 2000, as gerações de jogadoras de vôlei feminino tem tentado classificações para o maior evento multiesportivo. Nenhuma conseguiu o objetivo. No presente ano, a Federação Peruana de Vôlei (FPV) contratou o treinador Luizomar de Moura, campeão mundial Sub 18 e Sub 20 com o Brasil.

Na semana passada, ele fez a primeira convocatória de 16 pré-selecionadas que tem cinco medalhistas de bronze nos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura 2010: Alexandra Muñoz (levantadora), Mabel Olemar (ponta), Clarivett Yllescas (central), Daniela Uribe (central), Raffaella Camet (oposta).

Se a esse grupo unimos a atual presidenta da FPV e sua companheira na competência asiática, Diana Gonzales, podemos afirmar que a classificação do vôlei do Peru ao Tóquio 2020 fica nas mãos das seis.

Podemos ter ilusão ou não? Falei com uma especialista em vôlei para conhecer sua apreciação e visão do futuro do vôlei nacional: Gipy Duarte, ex jogadora de vôlei da Seleção Juvenil do Peru que atualmente trabalha no área de Comunicações da Federação Paulista de Vôlei:

“A contratação de treinadores não é uma solução mágica para resolver os problemas e alcançar os objetivos. No esporte não existem planos de curto e médio prazo, o planejamento precisa ser longo e precisa de uma gestão para desenhar uma planificação”, falou Duarte.

“O vôlei – e todas as federações de esportes - tem que oferecer condições para melhorar o rendimento dos atletas. Isso foi feito no Brasil nos anos 90, então isso é viável. Faz muito tempo que todo o mundo fala, estuda e se prepara funções específicas como o do gestor esportivo em Brasil e eles levam 20 anos de vantagem em cima do Peru", expressou a filha do jogador de basquete Ricardo Duarte, recorde de pontos (212) nos Jogos Olímpicos Tóquio de 1964.

O certo é que o universo elegível de jogadoras no Peru e ainda pequeno e a inversão do Estado não é a ideal. O vôlei nacional teve um desenvolvimento amador na sua Liga Superior onde somente algumas meninas recebem por contratos anuais.


No maior vizinho do lado, o desarrolho do esporte da rede alta começou com uma gestão empresarial que permitiu a aparição do marketing esportivo e apoio de empresas como o Banco do Brasil que formaram uma parceria que fizeram ambas as partes ganharem retorno positivo em resultados para outras disciplinas como vôlei de praia e vôlei de quadra, em todas suas categorias: base, menores, jovens e maiores. Outra coisa é que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) não faz distinção de gênero e modalidades para o apoio.

Ainda mais importante é a necessidade do vôlei do Peru de um cenário próprio para competições de alto nível e com capacidade de 10 ou 12 mil pessoas. Os Jogos Pan-Americanos não oferecem nenhum agora, mais na proposta inicial se tinham nos planas a construção de um Grão Coliseu do Lima.

O caminho é longo e o time de vestimenta vermelha e branco competirá novamente com potências como Brasil e Argentina, e outros emergentes como Colômbia e Venezuela, por doze vagas no avião que lhes levará a Tóquio 2020, uma participação que pode significar o renascimento do esporte coletivo mais vitorioso no Peru.

Foto: FPV

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