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Coluna Sudamerica Olimpica: O esporte na Venezuela segue de pé

Por Paul Huanqui Arosemena

Para começar, não é novidade que na Venezuela o esporte do maior importância é o beisebol e seu melhor esportista, Miguel Cabrera, é por muito o destaque de seu país.

Mas o esporte das rebatidas e os ‘home rounds’ ainda terá sua participação olímpica em Tóquio 2020.

Venezuela teve a histórica participação de 109 esportistas classificados aos Jogos Olímpicos de 2016. Uma das maiores na América do Sul. Como consequência de um orçamento de 31 milhões de dólares. Embora na pior crise econômica da sua história, eles ganharam cinco medalhas no evento de agosto último, junto com Colômbia, Argentina e Brasil.

Outros países do continente, no caso Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Bolívia, ao igual que as outras 120 nações do mundo, voltaram para casa sem os discos metálicos. 

É curioso que a Venezuela, vivendo uma crise grave como agora, com uma inflação que subiu até 800%, tenha melhores resultados que países com maior estabilidade financeira. E que seu esporte quase sem rascunhos seja o futebol, principalmente sua liga nacional.

Como acontece isso? Pois empresários compraram os clubes e fizeram investimentos na infraestrutura, valendo-se da cotização do dólar pelo câmbio oficial do Cencoex (Centro Nacional do Comercio Exterior). Para os donos – em sua maioria jovens empresários - foi possível recuperar o investimento e lucrar em tempo menor a seis meses. 

Esse é um caso onde o apoio privado pode ser uma oportunidade no meio de uma tormenta. Mas faltam muitos processos políticos, sociais, econômicos e de estudos científicos para que o pais do Libertador Simon Bolívar possa sonhar com ser uma potência do esporte.

Um dos fatores chaves, seguindo as tendências mundiais, para ter talentos esportivos, é melhorar a saúde. O esporte do alto rendimento precisa de uma tarefa do Estado numa aliança com o comitê olímpico nacional (CON).

Um exemplo claro acontece em Cuba, nação onde seu Comitê olímpico trabalha junto ao INDER, máxima instituição do Estado para o esporte para ter como ponto central do que as autoridades do Comitê e das federações cumpram com as políticas esportivas do país.

Na Venezuela, existe o Ministério da Juventude e Esporte (MJE), mais como uma fusão de duas organizações que não tem o orçamento adequado ,sendo um ministério em especifico mas com políticas diferentes. Sendo seus objetos de estudo a juventude e o esporte.

Há uma duplicidade de funções, pois o Instituto Nacional do Desporto (IND), é a instituição do governo que executa a política e seus dirigentes chocam com um muro quando tem que defender suas decisões frente ao MJE.

Uma das coisas que tem que mudar por lá são as cabeças administrativas e políticas.  O ideal é que elas sejam atletas olímpicos com amplia trajetória, formação acadêmica em gestão esportiva, educação física, só por falar de alguns requisitos básicos. 
Foto: Divulgação
 

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