Últimas Notícias

Coluna Lógos Olympikus - A Renovação de Campeões

Por Juvenal Dias

Abril termina com uma perspectiva muito positiva para o esporte brasileiro, principalmente em duas das modalidades que mais podemos ficar esperançosos com bons resultados. Estou falando do judô e vôlei, que trazem boas novas e a certeza de sermos competitivos em alto nível não só para este ciclo olímpico, mas também para os próximos.

Começando pela arte marcial do caminho suave, no último final de semana houve o campeonato Pan-Americano, disputado na cidade do Panamá, e o Brasil manteve a hegemonia continental, conquistando seis ouros e 12 medalhas em 14 possíveis, além do ouro por equipes no feminino e bronze no masculino. Mas se engana quem pensa que o time brasileiro foi com os nomes consagrados como Sarah Menezes, Rafaela Silva, Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman, Felipe Kitadai, Charles Chibana, Victor Penalber, Thiago Camilo e Rafael “Baby” Silva. Os responsáveis por esse resultado expressivo em território americano foram novas caras, atletas que não estamos acostumados ainda a acompanhar, mas que vêm trabalhando duro não só para se tornarem os principais judocas do país, como também para fazer com que o esporte nacional permaneça sendo competitivo mundo a fora. Então, para quem não conhece tão a fundo, é bom nos acostumarmos a ouvir Stefanne Koyama, Jessica Pereira, Yanka Pascoalino, Samanta Soares, Beatriz Souza, Eric Takabatake, Daniel Cargnin, Eduardo Barbosa, Eduardo Santos, Rafael Macedo, Leonardo Gonçalves, Ruan Isquierdo e por aí vai. São nomes que muito em breve estarão trazendo mais alegrias para o judô brasileiro, quem sabe já não os veremos em Tóquio-2020 com uma medalha no peito e ouvindo mais uma vez o hino nacional?

Mesmo que não aconteça tão prontamente assim, o mais importante é que a CBJ sinaliza para a renovação de nomes e valores, preocupando-se com em manter o presente vitorioso e um futuro promissor. Mais que isso, há a manutenção na formação de cidadãos com caráter, disciplina, competitivos e que buscam o melhor de si, valores ensinados em todos os esportes, mais evidenciados em artes vindas do oriente, mas tão ausentes na situação político-econômica do país. Por esse motivo que é tão importante a formação esportiva nas escolas e universidades.

A prova dessa preocupação são os bons resultados nas categorias de base. Na sub-18, por exemplo, estava acontecendo a etapa da Copa Europeia em Berlim e o Brasil terminou com três ouros e uma prata, um excelente indicativo do que pode vir no Mundial da categoria que está por vir em agosto, em Santiago do Chile.

Outra modalidade que sinaliza a renovação e, neste caso até mais necessária, é o vôlei feminino. Passado as finais da Superliga, o técnico José Roberto Guimarães convocou algumas atletas para um período de preparação e adaptação, visando importantes competições que a Seleção brasileira terá ainda esse ano. Tirando a líbero Léia e a central Adenízia, as demais jogadoras não estavam na campanha do Rio-2016, que teve a fatídica eliminação para a China nas quartas-de-final e acabou com o sonho de um inédito tricampeonato olímpico. Talvez por esse trauma e também pensando no futuro, o técnico tenha pensado em novos nomes como a levantadora Naiane, a ponteira Rosamaria e a central Mara, vindas da equipe do Camponesa, de Minas Gerais. Ainda se apresentaram neste primeiro dia de maio a líbero Suelen, as ponteiras Edinara, Fernanda Tomé e Amanda. Certamente mais jogadoras serão escaladas e o Zé Roberto não abrirá mão de contar com talentos como Tandara, Natália, Fabiana, Dani Líns, Jaqueline, Sheila e tantas outras vencedoras. Mas é importante trazer novos conceitos, novas percepções e dar vivência à jogadoras menos experientes para que ocorra uma passagem de bastão mais suave e essas atletas mais novas possam oferecer seu potencial em sua plenitude quando estiverem disputando um campeonato importante com a camisa verde e amarela.

As próximas competições serão um Masters, na Suíça, o Grand-Prix (mais importante torneio no ano), o Sul-Americano e a Copa dos Campeões. Serão provas de fogo que testarão a capacidade e a técnica da Seleção, que apesar de ainda respeitada, vem sendo contestada por seu último resultado em competições maiores. Esse é o momento ideal para uma renovação aliada a competência de quem já se consagrou em outrora. Assim, com trabalho sério e renovação, poderemos pensar em retornar ao pódio olímpico, lugar que nunca deveríamos ter saído.


foto: Reprodução

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar