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Coluna Sudamérica Olímpica - Os Jogos Pan-Americanos ficarão na América do Sul

Por Paul Huanqui Arosemena

Desde fevereiro já tínhamos certeza: os Jogos Pan-Americanas ficariam no América do Sul. Ainda mais com a saída de Buenos Aires da disputa como sede do Pan de 2023, Santiago do Chile, numa espera de perto 30 anos, só vai continuar com os formalismos para ganhar a eleição no setembro próximo em Lima, cidade organizadora dos Jogos de 2019. Contando com a capital do Peru, serão seis vezes as que a nossa região tem sido a anfitriã da festa continental do esporte.

E tudo começou em Buenos Aires, no ano de 1951, com os primeiros Jogos Pan-Americanos realizados América do Sul, que tiveram sua abertura com o presidente da Argentina, Juan Domingo Perón, no estádio que tem seu nome, e que pertence ao clube de futebol Racing de Avellaneda. Ele fez o seu discurso tendo ao lado a seu não menos conhecida esposa Eva Duarte, ‘Evita’. Na cerimônia, o grego Aristides Roubanis incendiou a primeira pira pan-americana da história, uma chama trazida num avião DC4 pelo Comité Olímpico de Grécia.

Da América do Sul,  Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela foram os convidados e temos que realçar a Argentina como máximo ganhador por única vez e Estados Unidos – no segundo lugar - com uma delegação reduzida que teve a participação em 15 esportes, entre seus representantes Evelyn Lawler, que ficou em última na final de corrida com barreiras. Anos mais tarde, seu filho Carl Lewis, seria um dos melhores atletas da história.

Em 1963, São Paulo sediou o retorno dos Jogos em sua quarta edição. A cerimônia de acendimento da chama desse torneio foi em Brasília, cidade fundada em 1960, e fez uma viagem de 1.280 quilômetros até o estádio Pacaembu para a abertura. Oito anos depois, Cali (Colômbia) tomou o posto, ganhando o direito a Santiago -12 votos contra 11- e a Saint Louis (6), terceira cidade olímpica moderna, em 1904.

Caracas 1983 teve problemas internos entre o Comité Olímpico local e o Comitê Organizador. Por isso a três meses do início dos Jogos, o Governo do Venezuela teve uma desvalorização do Bolívar de 250%, que teve como consequência atrasos nas obras de infraestrutura. Em esses Jogos realçamos a presença de um jogador de basquete, seu nome: Michael Jordan, quem foi o máximo anotador do time americano em seu caminho ao ouro. Quatro anos depois, Santiago seria a sede dos Jogos, mas problemas econômicos e pouco apoio do Governo dos Militares obrigaram-lhe a retirar-se. Uma  nefasta decisão que teria uma castigo de igual magnitude.

Em 1995, Mar do Plata fez que Argentina fora além de México e Estados Unidos, o terceiro país em repetir o honor de sediar os Jogos Pan-Americanos, que tiveram como uma das curiosidades  a atiradora do Peru, Ketty Baldwin Cahuas, quem também tinha participado na primeira edição.

Já no novo milênio, Rio de Janeiro gastou 2 bilhões de dólares para receber os 5.484 esportistas de toda América. O Maracanã teve a cerimônia de abertura com 90.000 pessoas, num aquecimento do que seriam os Jogos Olímpicos nove anos depois.

Lima será a terceira capital de um país da América do Sul  que terá a grande honra. Ainda com alguns problemas de organização similares aos de Caracas 1983, na terra dos Incas confiam numa inversão milionária e apreendizado dos erros passados para fazer com sucesso os primeiros Jogos Pan-Americanos frente à Costa do Pacífico Sul.

Em um feito inédito na competência, América do Sul sediará de maneira consecutiva o máximo torneio esportivo de este lado do mundo. Santiago tem esperado por mais de 30 anos e entre os dias 13 e 17 de setembro próximo poderá fazer oficial seu maior ambição: receber o organizar a maior celebração esportiva antes dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024. Os Pan-Americanos ficarão neste lado do novo mundo. 

foto: Divulgação

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