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Forças Armadas garantem suporte aos atletas militares

Se algumas das estatais brasileiras, como os Correios, estão diminuindo suas verbas de patrocínio para esportes olímpicos, entre as forças armadas, o projeto é manter o apoio dado a todos os seus atletas militares. O ministério da Defesa, em audiência pública realizada nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Desde 2008, Exército, Marinha e Aeronáutica incorporam atletas de alto rendimento em seus quadros, em um programa que conta atualmente com 627 beneficiados e investimento anual de cerca de R$ 18 milhões.

"Se havia uma preocupação de que pudesse ocorrer uma desmotivação em cima do programa após os Jogos Olímpicos, essa preocupação já se dissipou. Nós temos a indicação de que conseguiremos, ao menos, manter o patamar com o qual trabalhamos no ano de 2016. E temos muita fé que essa crise econômica vai passar e, pouco a pouco, a gente conseguirá ampliar também o respaldo financeiro. Temos também expectativa muito positiva em torno da presença e participação de entes privados no programa, reforçando então nosso caixa para seguir mantendo o alto nível" Afirmou o Almirante Paulo Zuccaro, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa.

Dos 465 atletas que representaram o Time Brasil no Rio, 145 faziam parte do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas. O grupo de atletas militares foi responsável por 13 das 19 medalhas conquistadas pelo país nos Jogos (68% do total). Foram cinco ouros (Rafaela Silva, Thiago Braz, Robson Conceição, Alison e Bruno e Martine e Kahena), três pratas (Ágatha e Bárbara, Felipe Wu e Arthur Zanetti) e cinco bronzes (Mayra Aguiar, Poliana Okimoto, Rafael "Baby", Arthur Nory e Maicon Siqueira).

O programa de incorporação de atletas profissionais às Forças Armadas começou após o Rio de Janeiro ganhar o direito de sediar os Jogos Mundiais Militares de 2011. A estratégia deu certo e o país terminou aquela edição na liderança do quadro de medalhas. O programa então foi mantido e ampliado.

Os beneficiados são selecionados a partir de um edital público em que é feita uma chamada prova de títulos, analisando currículo esportivo, resultados e ranking de cada candidato. Os aprovados passam então por um curso de formação de 45 dias e ingressam como militares temporários, tendo direito a uma remuneração mensal de cerca de R$ 3.200. Além do salário, os atletas ainda podem usar as instalações das Forças Armadas para treinos, recursos humanos e comissões técnicas, além de apoio de saúde com atendimento médico, odontológico, fisioterápico, alimentação e alojamento.

Periodicamente, os atletas do PAAR são convocados para reciclagem e avaliação. Por lei, o máximo que podem permanecer como militares temporários no programa são oito anos. Sargento do Exército desde 2010, Baby concluirá seu período limite antes dos Jogos de Tóquio 2020. Para casos como o do judoca, dono de duas medalhas olímpicas, as Forças Armadas estudam possibilidades para estender a ligação com os atletas com funções alternativas, como, por exemplo, serem usados como embaixadores do esporte entre militares.

- Eu já estava ciente que o programa era temporário. Ao mesmo tempo, existem iniciativas para que o apoio continue. Mas estou bem feliz, esse aporte já contribuiu bastante para a Olimpíada de Londres, para a Olimpíada do Rio. Com certeza, tudo que foi feito para essas duas Olimpíadas vai também contribuir nesse meu caminho até Tóquio. Se o programa continuar, muito bom, mas se não continuar também, me sinto apoiado durante esses oito anos - disse Baby, presente na audiência.

Durante a audiência pública, o Ministério da Defesa fez questão de ressaltar que o apoio das Forças Armadas não é apenas para atletas de alto rendimento, mas também no esporte entre crianças e adolescentes. Esse investimento na formação é feito por meio do programa Forças no Esporte (Profesp), realizado em parceria com os ministérios do Esporte e Desenvolvimento Social e Agrário. A iniciativa beneficia quase cerca de 21 mil jovens em situação de vulnerabilidade social, que praticam participam de atividades esportivas educacionais e de lazer, além de reforço escolar e aulas de música, em horário contrário ao da escola. 


Foto: Tereza Sobreira/Ministério da Defesa

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