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Da neve à praia, Fernando Aranha se consolida como o homem de ferro do esporte paralímpico nacional

Fernando Aranha Rocha é um pioneiro. No vocabulário do paulista, de 38 anos, a palavra limite é interpretada como desafio. Ele já se aventurou no atletismo e no basquete. No ciclismo, esqui cross-county (na neve) e triatlo, ele é considerado pioneiro no país. Ao disputar a prova de triatlo neste sábado (10.9) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Aranha se tornou o primeiro brasileiro a encarar tanto os Jogos Paralímpicos de Inverno quanto os de Verão. Ele terminou na sétima colocação a prova da classe PT1.  

Com tanta disposição, Aranha poderia ser confundido facilmente com o “homem de ferro”. Foram 750 metros de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida. “Eu nunca pensei em fazer história. Sempre gostei de novos desafios. Então, é muito mais praticar as modalidades em um ambiente onde a gente geralmente não tem apoio. A iniciativa geralmente parte do atleta. Ninguém vai me chamar para fazer outra modalidade até que eu queira. A iniciativa sempre deve partir dos atletas”, afirma Aranha.

O triatlo é uma das novidades nos Jogos Paralímpicos. O esporte estreou, junto com a canoagem, no cronograma de competições do terceiro maior evento esportivo do planeta. A competição contou com atletas com diferentes deficiências, como amputados e cadeirantes. Fernando é o único representante do país na estreia da modalidade. A prova do brasileiro foi vencida pelo holandês Jetze Plat. Geert Schipper, da Holanda, e o italiano Giovanni Achenza completaram o pódio.

“Fiquei muito feliz com o resultado. Competir com esses monstros que disputaram hoje e que eu enfrento constantemente ao redor do mundo (não é fácil). Acho que fiz uma excelente prova”, avalia. 

Em 2014, o paulista fez história ao disputar os Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia, quando encarou a prova de esqui cross-country. 

Ele lembra que a ideia era competir no evento pensando no Rio 2016. “Em Sochi, fizemos um planejamento para conseguir a Bolsa Atleta Paralímpica (do Ministério do Esporte) para chegar aqui com qualidade. Foi o que acabou dando certo”, revela. 

“Os Jogos de Inverno tiveram uma grande participação da confederação. Foi algo simultâneo, tanto da parte deles quanto da minha. Tinha também a minha curiosidade em participar dos esportes de inverno, o meu interesse pelos bastões – para aprimorar o triatlo – e a vontade deles de contar com um atleta brasileiro no evento. Acabou sendo uma coisa que casou bem”, lembra Aranha.

Desde então a rotina de treinamento se intensificou. “O meu ciclo paralímpico tem sido bem menor em relação aos dos outros atletas. Eles fazem o planejamento pensando em quatro anos. Estou fazendo um ciclo Paralímpico a cada dois”, afirma.

Passada a euforia de disputar os Jogos Paralímpicos em casa, o triatleta já tem o próximo desafio em vista: encarar as Paralimpíadas de Inverno 2018, que serão em PyeongChang, na Coreia do Sul.

Foto: Brasil 2016


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