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Cinco motivos para acompanhar as Paralimpíadas Rio 2016

Os Jogos Paralímpicos começam nesta quarta-feira (7) e para um evento que há um mês atrás estava fadado ao fracasso segundo os críticos de plantão (12% dos ingressos vendidos), hoje tem a devida atenção e sucesso. Mas muita gente ainda torce o nariz para os Jogos Paralímpicos por muitos motivos, o que é muito injusto com todos os atletas paralímpicos e principalmente com esporte paralímpico, e a principal justificativa é que 'Não é a mesma coisa que as Olimpíadas". E não é mesmo, mas não fica nem um pouco atrás dos Jogos Olímpicos. E temos cinco bons motivos para você acompanhar as paralimpíadas sem medo de ser feliz:


- Brasil vencendo: Sim, se o segundo esporte preferido de todo o brasileiro é vencer (o primeiro é o futebol,o terceiro é o vôlei), o Brasil nas paralimpíadas dará bastante alegrias aos brasileiros adeptos desse 'esporte'. Em Pequim e em Londres, o Brasil ficou na sétima posição no quadro de medalhas, conquistando 90 medalhas nesses dois jogos, sendo 37 de ouro. Atuando em casa e sem a presença da Rússia,potência paralímpica banida por escândalos de doping, o Brasil tem boas chances de chegar ao Top-5 de medalhas, e terá como maior adversário os Estados Unidos, que não são tão dominantes como são nos Jogos Olímpicos. Mas as chances de uma campanha histórica com a meta alcançada pela CPB são grandes. Então teremos muitos brasileiros vencendo e ganhando medalhas.

- Histórias de superação aos montes: Dentre os mais de quatro mil atletas presentes nos jogos, para qualquer um que você apontar o dedo tem uma história de superação. Vou citar algumas: Shirlene Coelho, porta-bandeira do Brasil, tem uma paralisia no lado esquerdo no corpo e era faxineira antes de descobrir o esporte; O americano Matt Stutzman não tem os braços e é vice-campeão olímpico do tiro com arco(!);Andreia Farias, do basquete em cadeira de rodas, foi espancada pela tia aos 14 anos e ficou paraplégica e agora é uma das principais jogadoras da seleção.

Mônica Santos era saudável,engravidou aos 19 anos e teve um angioma medular e ela só tinha duas opções: Abortar ou ter o bebê e ficar tetraplégica para sempre. Ela escolheu a segunda opção, tem uma filha de 13 anos e virou esgrimista paralímpica. Cada atleta tem uma história sobre sua deficiência que beira ao inacreditável,mas mesmo assim eles continuaram e viram grandes atletas paralímpicos. Eles já são vencedores só por estarem disputando competições de alto nível após tudo que eles sofreram na vida. Tem como não torcer para eles?

Matt Stunzman, arqueiro sem os dois braços e vice-campeão paralímpico


- Alta Competitividade: Tem gente que acha que os Jogos paralímpicos é muito fácil, às vezes surge um atleta que domina os demais. Na natação, principalmente. Mas em esportes coletivos e alguns individuais, como tiro com arco, atletismo, bocha,judô, a emoção é grande, com times e atletas extremamente competitivos. Até na natação tem emoção, não é só porque Daniel Dias ganha oito ouros é que a natação paralímpica é fraca, ele que está em um patamar muito acima dos demais. E esse nível elevado faz até alguns atletas paralímpicos disputar as Olimpíadas e mostrar seu valor. Não tem evento fraco em Paralimpíadas. Assista e comprove

Rugby em cadeira de rodas, esporte competitivo e considerado um dos esportes paralímpicos mais violentos.

- Conhecer os esportes adaptados e diferentes: Além dos esportes já conhecidos disputados de formas adaptadas adaptados, como o rugby, o basquete, tênis, a esgrima (disputados por atletas em cadeiras de rodas) e o vôlei (sentado), temos alguns esportes novos para os grande público, como o futebol-de-5, praticado por cegos, o futebol-de-7, disputado por atletas com lesões cerebrais. O goalball, disputado por cegos e que seria um parente distante do handebol; A Bocha, disputado por quem tem alguma paralisia cerebral ou deficiências motoras. Abrir a sua mente para conhecer novos esportes é sempre bom, tenho certeza que muita gente vai achar interessante.

Bocha, esporte apenas paralímpico, e que o Brasil é uma das potências.

- Oportunidade para ver os atletas paralímpicos sem preconceitos: Sim, o Brasil é um país extremamente preconceituoso, não vamos ser hipócritas. Ainda tem gente que acha que uma pessoa com deficiência física ou motora tem que ficar trancado dentro de casa, que é uma pessoa inútil ou coisas do tipo. Tem gente que se incomoda em ver alguém amputado, que chama de coitadinho e solta um olhar de pena para alguém cego ou na cadeira de rodas(eles odeiam isso), ou fazem piadas pejorativas com deficientes. E eles são pessoas normais, iguais a mim ou você. Ter uma deficiência física ou motora não faz nenhuma pessoa ser menor do que a outra.

Após os Jogos Paralímpicos de Londres, uma pesquisa foi feita com os britânicos e uma em cada três pessoas admitiu que mudou para melhor sua visão sobre as pessoas com deficiências físicas ou motoras. Minha torcida é para que esse cenário também mude no Brasil, pois as Paralimpíadas não são apenas esporte, os atletas carregam suas histórias e são exemplo principalmente para pessoas que após alguma doença ou infortúnio da vida, sofreram algum tipo de deficiência, estão deprimidas e podem com o esporte se reinserir na sociedade e melhorar sua autoestima. E o esporte paralímpico serve também para mostrar qualquer pessoa pode levar uma vida normal, independente de suas limitações.

De hoje a 18 de setembro o mundo voltará os olhos mais uma vez para o Rio de Janeiro, nestes jogos paralímpicos. Faça sua parte, prestigie assistindo, torcendo e vibrando por esses grandes atletas, brasileiros ou estrangeiros. E mate um pouco da saudade do que foi os jogos Olímpicos, porque depois, só em 2020...

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