Terezinha Guilhermina encerrou sua participação nos Jogos Rio 2016 como uma incógnita. Se antes das competições ela era considerada favorita e com grande esperança de ouro, ela sai com uma medalha de prata e outra de bronze, um desempenho que, apesar de satisfatório, foi bem abaixo do esperado. E potencial para conquistar o ouro, ela tinha principalmente nos 200m, mas o seu envolvimento em polêmicas pode ter afetado seu desempenho nos Jogos.
A primeira polêmica foi antes dos Jogos, no mundial de atletismo de 2015 em Doha. Terezinha perdeu sua hegemonia nas provas de velocidade para chinesa Cuiqing Liu que venceu a brasilleira nos 100m, 200m e 400m. Em fevereiro, o seu guia Guilherme Santana foi substituído por Rafael Lazarini, sob alegação de que o guia não estava mais acompanhando o ritmo de Terezinha e que poderia ter prejudicado a brasileira no mundial. A mudança tão próxima dos Jogos Paralímpicos teria consequências, não é fácil para atleta e guia se entrosarem tão rapidamente, mas era um risco para não perder para a chinesa no Rio de Janeiro.
Mas nos Jogos Paralímpicos surgiu mais uma adversária, a britânica Libby Clegg, onze anos mais nova do que Terezinha, que disputava a categoria T12, mas foi reclassificada devido a deterioração de sua visão. Ela venceu os 100m rasos T11, prova que Terezinha dominava. A brasileira ainda ficou em quarto, um resultado totalmente inesperado. Terezinha então disparou contra britânica, afirmando ela tinha ajuda do seu guia, que a puxava(a britânica chegou a ser desclassificada por isso na semifinal, mas a suspensão foi revogada) e que veio para o Rio de janeiro competir "contra mulher, não homem". Terezinha é que acabou desclassificada por esse motivo.
Essa derrota repentina deve ter afetado Terezinha. ela, que fez o melhor tempo das semifinais, acabou cometendo um erro inesperado na final dos 200m, que foi queimar a largada. Após o erro, ela baixou o tom na imprensa e pediu desculpas pelo seu erro, prometendo melhorar sua participação na Rio 2016. Ali talvez ela tenha posto a cabeça do lugar admitido que a dominância de quatro anos antes não iria se repetir e correu dando seu melhor. Veio a prata no revezamento 4x100m e o bronze nos 400m. Ali vimos a Terezinha de sempre, brigando muito pelas medalhas,
Terezinha terminou de forma digna sua participação nos Jogos Paralímpicos. Correu, evitou criar polêmicas e agora tem que descansar e pensar se vale a pena encarar o próximo ciclo. Ela, que tem 37 anos, vai ter 41 em Tóquio 2020 e fazer quatro provas será algo difícil. Se o guia for mantido, Ela tem que buscar maior entrosamento e mostrar que ainda pode bater rivais mais novas, afinal ela é Terezinha Guilhermina e nada vai apagar o que ela já fez para o paratletismo brasileiro, são oito medalhas, sendo três douradas, mas seria bonito vê-la encerrando sua carreira com mais uma medalha de ouro.
Foto: Reuters
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