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Prata na maratona, etíope protesta contra o governo: "Talvez me matem quando eu voltar"

O Medalhista de prata na maratona dos jogos rio 2016, o etíope Feyisa Lilesa, fez um gesto de xis com os braços ao cruzar a linha de chegada. Ele explicou que seu gesto era um protesto sobre o governo da Etiópia, acusado de assassinar integrantes de etnias diferentes da que comanda o país.

O fundista de 26 anos, que faz parte da etnia Oromo, que compõe um terço do país mas se considera alijada do poder, fez duras críticas ao governo etíope "Eu apoio os protestos no meu país, estou a favor do meu povo e por isso fiz o sinal”, disse ele. "A Etiópia tem muitas nacionalidades e povos. O povo Oroma é o maior, tem mais de 50 milhões de pessoas. Esse povo não tem nenhum poder. O governo etíope os tirou de sua terra e eles estão sendo mortos pelo governo. Agora estão protestando por seus direitos, por paz, por democracia. Se as pessoas Oroma falam sobre democracia, são mortas pelo governo. Mais de mil pessoas foram assassinas em nove meses."

Depois de seu discurso, o etíope foi bastante cumprimentado e posou para fotos fazendo novamente o sinal com os braços. Agora, ele teme pela própria segurança e diz que não voltará mais para seu país, onde vivem sua mulher e seus dois filhos.

"Se eu voltar eu sei que eles vão me matar. Se não me matarem vão me prender, ou me segurar do aeroporto. Vou conversar com minha família e amigos para decidir o que fazer. Talvez eu vá para outro país”, completou.

A dura manifestação chama a atenção principalmente porque o Comitê Olímpico Internacional veta discursos políticos dos atletas durante as Olimpíadas. Lilesa chegou a dizer que faria o gesto na entrega de sua medalha na cerimônia de encerramento, mas decidiu não fazer para não receber sanções do COI.

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