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Para Mayra, conselho de Guilheiro em 2012 foi combustível para o bronze no Rio

Leandro Guilheiro não disputou diretamente os Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas teve importância estratégica na conquista do segundo pódio de Mayra Aguiar, conquistado na quinta-feira na categoria até 78kg. Leandro é dono de dois bronzes olímpicos, obtidos em Atenas (2004) e Pequim (2008). Aprendeu como poucos a dominar o gosto amargo da derrota antes de chegar a uma decisão. E foi ele quem ajudou a deixar na cabeça de Mayra o sentimento de que não poderia se entregar diante do abatimento que, inevitavelmente, se segue ao fato de perder uma chance de disputar o ouro. 

"Em Londres eu perdi e fiquei muito triste, abatida, mas o pessoal que estava comigo me motivou. O Leandro Guilheiro me falou uma coisa que me marcou. Ele disse que eu ia me arrepender se não desse tudo naquela luta pela medalha de bronze, que valeria muito ir até o final. Eu fui e lutei, fui com tudo, e conquistei. Foi incrível. Desta vez, depois da semifinal, eu me lembrei das sábias palavras dele de novo, fui lá e conquistei meu bronze de novo Rio”, afirmou a atleta, em entrevista coletiva no Espaço Time Brasil, no Rio de Janeiro. 

Mayra Aguiar perdeu a chance de lutar pelo ouro em casa ao ser derrotada pela francesa Audrey Tcheumeo na semifinal. Mesmo chateada, não baixou a guarda e superou a cubana Yalennis Castillo na disputa do bronze. “Tem horas que não sei decidir qual foi a melhor medalha. O bronze de Londres foi a  primeira, impossível não ficar feliz. Mas receber uma medalha no seu país, com aquela torcida vibrando comigo, não tem preço”, disse a atleta, que se tornou a única judoca brasileira a subir ao pódio olímpico duas vezes. 

O tempo entre a eliminação da final e a disputa do bronze foi de 20 minutos, mas para ela tudo pareceu passar num piscar de olhos. “Foi rápido demais. Se foram pouco mais de 20 minutos, para mim pareceu menos. Quando a gente perde uma luta,, é horrível. Fica um sentimento amargo. O chão parece que sai, é muito ruim. Isso porque você chega com um objetivo e ele acaba se perdendo”, explicou Mayra.  

Depois de subir ao pódio, a adrenalina, segundo a atleta, foi tal que ela nem conseguiu relaxar e descansar. “Vencer em casa e ver a família, amigos e torcida foi algo único. Fiquei tão eufórica que até agora não dormi. Cheguei na Vila com a cabeça agitada, lembrando tudo de novo, corpo dolorido, porém realizada”, conta. 

Japão no horizonte
Ainda com 25 anos, Mayra sabe que é extremanente factível chegar com condições de brigar pelo pódio também em Tóquio, nos Jogos de 2020. “Eu pensei em tirar férias depois dos Jogos, mas quando mentalizo 2020 eu já fico empolgada. Já penso em botar o quimono de novo. Só de pensar no Japão, a casa do judô, eu já fico animada. Tenho certeza de que a estrutura será enorme”, conta Mayra. 

O foco é considerado por ela uma peça-chave para o sucesso. Até por isso, ela optou por se desconectar do mundo virtual na reta final de preparação. “Ficar sem as redes sociais antes e durante as competições me ajudou. Foi uma coisa que nunca tinha feito, ficar tanto tempo sem celular. Em Londres, tive experiências ruins por acompanhar tudo. É fácil você se abalar e deixar o sentimento te abater. Vi que estar desconectada do mundo virtual fazia eu treinar mais forte e valorizar meu tempo de descanso”, explica.

Energia externa
Mayra falou, por último, sobre a importância da torcida no momento da competição. “Eu fico 100% em foco, posso até dizer que eu não consigo nem ouvir nada que a torcida diz, mas a energia que senti ontem não tem nem como explicar. Vencer e correr pra torcida, meus amigos e para minha família foi a melhor sensação da minha vida. Espero ter a oportunidade de competir no Brasil muitas vezes”, conta Mayra.

Foto: ME


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