Falar que o Brasil chegaria com chance de subir ao pódio na luta olímpica nos Jogos Rio 2016 soaria como loucura alguns anos atrás.
Sem tradição no esporte, com poucos lutadores e quase nenhum técnico
específico da modalidade, a luta olímpica era esporte para poucos.
Hoje,
a realidade é outra. Com muito trabalho e investimento, o país
conseguiu o mais difícil: evolução técnica. Para isso, as atletas
adotaram o Japão como segunda casa e rodaram o mundo em campeonatos e
treinamentos. Na reta final para os Jogos Olímpicos, o Brasil tem os pés
no chão e deposita nas atletas a esperança de subir ao pódio.
A luta olímpica é uma arte marcial que exige, acima de tudo,
técnica e muita força física. Com a evolução técnica garantida, as
atletas da seleção buscaram nos últimos meses ganhar músculos e diminuir
o índice de gordura para encarar o maior desafio das carreiras.
“A gente buscou deixar o time o mais forte possível em termos físicos.
Trabalhamos muito a musculação, que é uma área em que as brasileiras
pecavam em relação às adversárias. Principalmente as atletas pesadas,
como a Aline Silva. Ela está extremamente forte”, explica Pedro Gama
Filho, presidente da Confederação Brasileira de Wrestling (CBW).
A delegação brasileira de luta olímpica é composta por cinco
atletas: Aline Silva, Laís Nunes, Gilda Oliveira, Joice Silva e Eduard
Soghomonyan. O último treino da Seleção Brasileira no Centro Nacional de
Alto Rendimento da modalidade no Rio de Janeiro foi realizado nesta
quarta-feira (03.08). O centro foi modernizado e ampliado por meio de
convênio entre a confederação e o Ministério do Esporte.
Na quinta-feira (04.08) os atletas seguiram para o Centro de
Capacitação Física do Exército (CCFEx), no bairro da Urca, que se tornou
o CT do Time Brasil. A entrada na Vila Olímpica está programada para o
dia 15 de agosto. “Chegou a hora do polimento final. É preparar,
descansar e diminuir a intensidade para os atletas chegarem preparados
para o principal momento da vida deles”, acrescenta Pedro Gama.
Aprendendo com os melhores
Em busca de evolução no tatame, as atletas brasileiras adotaram o
Japão como segunda casa. Durante a preparação para os Jogos Olímpicos do
Rio de Janeiro, as lutadoras participaram de fases de treinamento na
terra do sol nascente. A equipe japonesa é uma das potências mundiais da
luta olímpica. O período de intercâmbio também visou o próximo ciclo
olímpico – Tóquio 2020.
Brasileiros e cubanos
Único homem da delegação brasileira, Eduard Soghomonyan aproveitou o
último período de treinamento para aprimorar a parte técnica com a
equipe cubana multicampeã de luta olímpica. Os dez lutadores e os oito
integrantes da comissão técnica cubana completaram a reta final de
preparação para os Jogos Rio 2016 no centro de treinamento da equipe
brasileira.
“A próxima geração de atletas também treinou com os cubanos. Os
atletas júnior também participaram desse momento, pois eles serviram de
sparings. É um grande aprendizado visando Tóquio 2020. Assim, os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro estão proporcionando a eles uma experiência
olímpica de forma indireta”, afirma o dirigente.
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