Foram seis anos de obras, mas a expectativa para ter uma alternativa ao
pesado trânsito entre Zona Sul e Barra da Tijuca era muito mais antiga.
No sábado (30), a tão esperada Linha 4 do Metrô do Rio Janeiro
virou, oficialmente, uma realidade. Coube ao presidente em exercício,
Michel Temer, fazer a viagem inaugural de Ipanema até a Estação Jardim
Oceânico, na Barra, em cerca de 20 minutos, assim como farão mais de 300
mil pessoas por dia quando a linha estiver em plena operação.
Temer estava acompanhado de diversas autoridades, como o presidente
do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, os ministros do Esporte,
Leonardo Picciani, da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Justiça e
Cidadania, Alexandre de Moraes, além do governador do Rio, Luiz Fernando
Pezão, o prefeito Eduardo Paes, entre outros. O presidente destacou o
poder catalisador dos Jogos Olímpicos.
“Os Jogos foram uma motivação para melhorar e ampliar o conforto da
população do Rio. Eu verifiquei na Linha 4 o quanto será útil para as
famílias. Aquele trajeto, que poderia durar duas horas, vai ser feito em
20 minutos, dando mais tempo para o convívio familiar”, disse Michel
Temer.
A Linha 4 tem 16 quilômetros, a mesma extensão de todo o restante da
malha metroviária carioca. É uma obra do governo do estado que integra o
Plano de Políticas Públicas para o legado dos Jogos Rio 2016, orçada em
R$ 9,77 bilhões, e que contou com financiamento federal. O trecho
olímpico, com cinco estações, será usado nos Jogos, momento que deve ser
aproveitado para a união, segundo o presidente interino.
“O Brasil precisa que todos estejam de mãos dadas para sair e
enfrentar a crise. E nenhum momento é melhor que o esporte, ele une e
traz fraternidade para os povos. É o que vai acontecer no Rio”, afirmou.
Detalhes da obra
Segundo a Concessionária Rio Barra, executora das obras da Linha 4,
340 empresas e mais 200 especialistas e consultores estiveram envolvidos
no projeto. Os canteiros passaram por auditorias externas e a
construção recebeu certificação de gestão de qualidade ISSO 9001. Foram
gerados 30 mil postos de trabalho diretos ou indiretos.
Foram usados 665.346 m3 de concreto, o que equivale a oito estádios
Maracanã. A quantidade de explosivos também impressiona: 1.640.400
toneladas, o mesmo gasto em 152 Réveillons na cidade. Cerca de 220
milhões de litros de água foram tratados e reaproveitados, o que daria
para abastecer 20 mil casas em um mês.
Quando estiver em plena capacidade, a Linha 4 vai transportar mais de
300 mil pessoas por dia, retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por
hora/pico. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas indica que a nova linha
poderá gerar economia de cerca de R$ 883 milhões por ano, ao reduzir em
pelo menos uma hora o tempo de deslocamento entre Barra e Zona Sul.
A estimativa é de que haja diminuição de cerca de 40% nas viagens de
automóvel nesse trajeto. Esses usuários devem representar 28% da demanda
da Linha 4. O mesmo estudo prevê que 48% dos passageiros de ônibus
também façam a migração de meio de transporte, compondo os demais 72% do
público da nova linha.
Da Barra a Ipanema em 15 minutos
Após a cerimônia de inauguração, os jornalistas fizeram o trajeto
Barra-Ipanema de metrô. Da estação Jardim Oceânico até a estação São
Conrado/Rocinha, foram sete minutos, passando pelo único trecho externo
da linha, pela ponte estaiada. De São Conrado até a estação Antero de
Quental, já no Leblon, foram menos de quatro minutos. De lá para a
estação Jardim de Alah, no mesmo bairro, foi gasto um minuto, e menos de
dois foram necessários para chegar à estação Nossa Senhora da Paz, já
no bairro de Ipanema. Em todas as estações, os sinais de acessibilidade
eram nítidos, como pisos táteis e elevadores. Ainda seguimos até a
estação General Osório, onde a Linha 4 se conecta com a Linha 1. O
local, que já contava com quatro acessos, ganhou o quinto, na Avenida
Epitácio Pessoa.
“Esta saída tem 480 metros, três esteiras, duas escadas rolantes,
elevadores, ela é totalmente acessível e vai integrar o bairro da Lagoa
ao sistema metroviário”, explicou o secretário estadual de Transportes,
Rodrigo Vieira.
O passageiro que acessar a Linha 1 ou a Linha 2 poderá andar na Linha
4, e vice-versa, pela mesma tarifa. Quem vier do centro pela Linha 1,
terá que trocar de plataforma na estação General Osório para acessar a
Linha 4. A estação da Gávea, que falta para completar o projeto da nova
linha, está 42% concluída e deve estar operacional em 2018.
Foto: Ministério do Esporte
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