O Sambódromo, local das provas de tiro com arco nos Jogos Rio 2016,
já é um velho conhecido da carioca Ane Marcelle dos Santos. Até 2008,
Ane foi passista mirim do Salgueiro, sua escola de samba do coração. O
avô, Hélio Gomes, faz parte da Velha Guarda salgueirense. Um amor que
passa de geração em geração. Em 2015, já como atleta da seleção
brasileira, Ane voltou ao Sambódromo, mas não para desfilar, apenas para
torcer pela vermelho e branco. Agora, no entanto, o alvo é outro. É uma
medalha olímpica.
"Estou muito confiante. Temos capacidade de conseguir uma medalha de
ouro por equipe, tanto no masculino, quanto no feminino. Estamos
treinando muito para isso e nosso resultado está bem alto, o que aumenta
a nossa confiança. Espero também ficar até entre as oito primeiras ou,
até mesmo, entre as cinco no individual. Posso conseguir um resultado
muito bom se der o meu melhor", disse Ane, 22 anos.
A paixão pelo Salgueiro foi dividida com a modalidade em 2009. Tudo
começou no dia em que ela viu o arco do irmão, Wander, que praticava o
esporte. "Larguei o handebol que fazia na escola. Ele parou e eu
continuei". Ex-moradora do Morro Casa Branca, na Tijuca, Ane mudou-se
para Maricá (RJ) para fugir da violência. De lá só saiu para morar com
os demais integrantes da equipe do Brasil, em Campinas (SP), entre 2011 e
2013.
Este ano, Ane garantiu seu melhor resultado na segunda etapa da Copa
do Mundo, na Colômbia. Foi a quarta colocação, nas duplas mistas, ao
lado de Marcus Vinícius D'Almeida. Na classificação geral, terminou na
nona posição, resultado que, dentro do ciclo olímpico, foi considerado
excelente.
Foto: COB
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