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Estreante olímpico aos 53 anos, Renato Portela, do tiro esportivo, narra suas emoções no Rio

Em um mundo onde o esporte se torna mais profissional e competitivo a cada temporada, chegar aos 40 anos classificado para os Jogos Olímpicos é algo que fica mais raro a cada edição do megaevento.

Assim sendo, o caso do atirador Renato Portela está longe de ser comum. Aos 53 anos, ele disputará as Olimpíadas pela primeira vez e ao falar sobre isso reconhece que está vivendo um sonho em diferentes capítulos desde que traçou o objetivo de tentar conquistar a vaga para defender o Brasil no Rio de Janeiro.

Renato – que disputará a prova olímpica do skeet (tiro ao prato) – conta que as emoções que os Jogos Olímpicos Rio 2016 trouxeram vieram em diferentes episódios, cada um deles com um significado especial.

“Acho que a grande sacada foi que eu sempre me senti menino. Está escrito no meu apartamento na Vila Olímpica uma frase de Nelson Mandela que diz: ‘Tudo parece impossível até que seja feito’”, diz o atirador.

“Eu comecei a viver a Olimpíada no momento em que eu senti que poderia estar aqui. Passei a disputar a vaga com os outros brasileiros e conquistei essa vaga. Então, vivi um pouquinho desse sonho olímpico já no processo de conquista da vaga. Depois, vim para o Rio de Janeiro, fui receber os uniformes e dessa vez foi muito bom porque pudemos experimentar os uniformes para ficar tudo certinho. Tivemos essa recepção aqui no Rio, experimentamos os uniformes e eles são maravilhosos. Além de lindos são muito confortáveis”, revela.

“Depois disso, nós partimos para a Vila. Cheguei dia 24 de julho (no dia em que a Vila foi aberta) e tem sido bem legal. Vamos almoçar, tomar café com atletas de todo o mundo e aí eu olho em volta e sempre penso: ‘os melhores estão aqui e eu sou um deles’. Então essa vivência é única. É algo que eu estou experimentando aos 53 anos e o que digo é que qualquer um pode fazer. Existem esportes que não precisam de explosão física. Esporte como o meu, o tiro esportivo, exige muito mais experiência. Em outros esportes o fator muscular é muito importante. No nosso, a experiência é o mais importante”, garante.

Apesar de ser estreante em Jogos Olímpicos, Renato não é inexperiente em grandes eventos, uma vez que já disputou Jogos Pan-Americanos e Campeonatos Mundiais. Mas ao chegar à Vila dos Atletas e constatar de perto a grandiosidade olímpica, ele admite que nada se compara a este megaevento.

“É semelhante ao um Pan-Americano, mas só que é muito maior porque são mais países. Tudo aqui é majorado. É um evento muito grandioso. O refeitório da Vila é imenso. Existem várias estações, com comidas de todos os países, e a Vila é espetacular. Eu ouvi falar em problemas na Vila, mas eu não tive nenhum. Meu apartamento está ótimo e tudo está ótimo para mim”, elogia.

Renato ainda tem quase duas semanas pela frente até o esperado momento de dar seus primeiros tiros nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Natural de Luziânia, em Goiás, ele explica que ainda terá tempo de voltar para casa onde fará seus últimos treinos antes da estreia olímpica.

“Eu vou competir nos dias 12 e 13 de agosto. A minha rotina tem sido de treinamento todos os dias. Eu acordo cedo, vou para o campo de treinamento, treino o máximo possível e, quando volto, já estou cansado e então só janto e vou dormir. Aí acordo cedo no outro dia para fazer tudo de novo. Meus dias aqui têm sido assim. Vou participar da cerimônia de abertura (na próxima sexta-feira, 5 de agosto) e, no dia 6, volto para Luziânia, porque como começam as provas do tiro esportivo e aí fecha-se o campo de treinamento. Então eu volto para casa, vou treinar lá em casa e no dia 9 ou 10 eu retornou para o Rio para participar da competição”.

Renato acredita que o Brasil pode voltar a frequentar o pódio olímpico no tiro esportivo, a exemplo do que fez na primeira participação do país nos Jogos, em 1920, na Antuérpia, quando atletas da modalidade conquistaram as três primeiras medalhas do país em Jogos Olímpicos, sendo uma de ouro, com Guilherme Paraense, uma de prata e uma de bronze.

“Acredito que temos chance real de medalha com o Felipe Wu e o Cassio Rippel. No meu caso, eu vou fazer o melhor que eu puder. Os meus resultados não são tão altos como os dos profissionais que estão aqui no tiro. Eu até brinco dizendo que os únicos que não são profissionais aqui sou eu e o príncipe de Dubai”, diz, referindo-se ao atirador dos Emirados Árabes Unidos Saeed Almaktoum, que faz parte da família real em Dubai.

Foto: Brasil 2016


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