O menino da cidade de Piraju, no interior de São Paulo, que em 2004
viu os atletas da seleção brasileira de canoagem velocidade treinando no
rio Paranapema e quis seguir as mesmas remadas, hoje vive um sonho: o
de disputar os Jogos Olímpicos Rio 2016. Em 2012, Pedro Gonçalves, o
Pepê, esteve bem próximo de conquistar a classificação para as
Olimpíadas de Londres, mas viu as chances terminarem ao cometer uma
penalidade de dois segundos na penúltima porta da na prova do K1
masculino durante o campeonato pan-americano, em Foz do Iguaçu. Pedro
ficou a 13 centésimos da vaga.
“Minha estreia foi adiada em grande estilo”, ressalta Pedro. “Em
nenhum momento pensei em desistir. Desde pequeno jamais pensei na minha
vida sem estar ligada à canoagem. Lamentei muito no primeiro mês fiquei
muito abalado. Chorei muito. Marcou muito para um adolescente de 18
anos. Era um sonho para mim. Eu não queria adiar para o Rio. Queria ir
para Londres. Depois de três meses fiquei mais tranquilo e vi que
serviria como lição e como estímulo para os Jogos em casa. Para mim está
sendo o momento que eu sonhei durante quatro anos”, afirmou o atleta,
que chegou na Vila Olímpica no domingo e vem treinando com a equipe em
Deodoro.
Dois meses depois dos Jogos de Londres, Pedro já reiniciou os
treinamentos para as Olimpíadas 2016. “Talvez se tivesse ido para
Londres hoje teria uma experiência maior, ao mesmo tempo, tem um outro
aspecto. Minha motivação é muito grande. Londres já foi, e agora é em
casa e vou colocar toda força aqui”.
Segundo Pedro, os canoístas da Eslovênia, República Tcheca, Alemanha e
França são fortes candidatos às medalhas. “A canoagem slalom não tem
favoritos. Serei meu principal adversário e a torcida será muito
importante para nós”, ressaltou o jovem de 23 anos, que segue até hoje
as dicas do medalhista pan-americano Sebastian Cuatrim. “Colocar o
coração no remo é um dos conselhos que recebi dele uma vez e sigo até
hoje”, concluiu Pedro.
Foto: COB
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