Esta será a primeira edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos a
contar com catadores de materiais recicláveis nos serviços de coleta
seletiva. O lançamento da iniciativa “Reciclagem Inclusiva: Catadores
nos Jogos Rio 2016” ocorreu nesta sexta-feira (29.07), na sede da
cooperativa Ecoponto, no Rio de Janeiro. A estimativa é de que
durante os Jogos sejam geradas cerca de 3,5 mil toneladas de materiais
recicláveis e a orientação é que 100% seja coletado e encaminhado para
reciclagem.
O trabalho será executado por 240 catadores e mais 60 de reserva, das
redes Movimento, Recicla Rio e Federação das Cooperativas de Catadores
de Materiais Recicláveis (Febracom) e cooperativas filiadas. Os
catadores são remunerados e todo o material reciclável será destinado às
associações e cooperativas selecionadas. A atuação ocorrerá em três
áreas: Deodoro, Barra da Tijuca e Maracanã.
Os catadores atuarão em duas frentes: uma educativa, com ações
de sensibilização do público, e outra mais operacional. Caberá aos
trabalhadores a separação, o transporte e a organização dos resíduos em
um centro de triagem, o Ecoponto Brasil, e sua destinação às
cooperativas selecionadas. Todos os trabalhadores participaram de
capacitações realizadas nos dias 14 e 15 de julho, no Rio de Janeiro, e
terão uniformes especiais e equipamentos de proteção individual.
Catadora de material reciclado desde os 11 anos, Claudete Costa, de
25 anos, afirmou estar feliz com a oportunidade. “Essa iniciativa
representa uma força e uma valorização do nosso trabalho. A reciclagem
já faz parte do nosso dia a dia. Mas, no contato com o público durante
as competições, poderemos mostrar a importância da participação de cada
um, num processo que ajuda o meio ambiente, os catadores e gera economia
de recursos”, explica.
Claudete conta, com orgulho, que construiu toda a sua vida e criou
seus filhos como catadora. “Devo muito a esse trabalho. A reciclagem
inclusiva abre muito mais portas do que as pessoas imaginam. Estou
animada com esse contato com os atletas e com um público tão diverso”,
afirma.
Segundo Raquel Breda, diretora do Departamento de Consumo
Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, a gestão adequada dos
resíduos sólidos é um dos eixos do Programa de Sustentabilidade dos
Jogos Olímpicos 2016, que adotou um sistema envolvendo o ciclo da
geração até a destinação final em todas as fases das competições.
A parceria é resultado de um diálogo entre a Rio 2016, dos
ministérios do Trabalho e do Meio Ambiente, do governo estadual, através
da Secretaria Estadual do Ambiente, além da iniciativa privada.
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