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Bernardinho promete time competitivo no novo ciclo olímpico

A emoção tomou conta dos jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei do último ponto ao pódio. Não faltou o tradicional "peixinho" de tantas outras conquistas e os gritos da torcida de "o campeão voltou". Com essa medalha de ouro, o Brasil junta-se a mais dois países que também venceram quando sediaram os Jogos Olímpicos: União Soviética, em 1980, e Estados Unidos, em 1984. O técnico Bernardinho fez elogios ao grupo e disse que o grupo mereceu estar no lugar mais alto do pódio. 

"Merecíamos por tudo o que passamos ao longo desses quatro anos, com vitórias, derrotas, conquistas, fomos quase. Nos próximos 15 dias não me liguem que não vão me encontrar. São 23 anos como técnico de seleção. Preciso respirar e olhar um pouco para a vida. O mais importante é que teremos um time competitivo para o próximo ciclo. Uma nova geração está pronta para seguir competindo. Não haverá um domínio e o próximo ciclo vai ser duro", disse o treinador, que conquistou sua segunda medalha de ouro em Jogos Olímpicos, já que também foi campeão em Atenas 2004, além da prata em Pequim 2008 e em Londres 2012.

"Tecnicamente, foi uma partida tensa. O Brasil se postou muito bem no sistema defensivo, embora o saque não tenha sido tão agressivo e eficiente como em outros jogos, fomos muito bem no ataque. Do ponto de vista emocional, de postura, o time mostrou uma segurança, uma confiança. Nessa história toda o aspecto psicológico quando nos encostaram na parede contra a França, desde então o Brasil veio crescendo. O grupo soube resistir às dúvidas que existiam sobre ele. Não é uma geração com tantos talentos como a de 2004, mas muito se trabalhou e se desenvolveu aqui", ressaltou Bernardinho.

"A minha medalha de ouro é poder ver os rapazes no pódio, todos chorando ao ouvir o Hino Nacional e pela vontade de fazer e ser o campeão que a torcida esperava. Essa é a imagem para mim. O metal representa olhar para e se sentir parte daquela história. Tenho uma carreira de esporte longa, muitos títulos, mas o momento final é essa fotografia que fica na minha memória. Dentro da sua casa, ouvir o Hino e ver os rapazes ali. Vou citar uma frase: somos devedores da vida porque uma experiência como essa poucas pessoas têm oportunidade. Lutei por ela e tenho que agradecer muito", concluiu.  O capitão e levantador da seleção brasileira, Bruno, resumiu o caminho da equipe. 

"Esse é o dia mais importante da minha carreira. Conquistar o meu maior sonho dentro de casa, na minha cidade, perto dos meus familiares, dos meus amigos. A ficha ainda vai ter que cair aos poucos. Foi uma coisa indescritível. O início foi um pouco difícil, mas sabíamos que estávamos no grupo da morte, tanto que os três do pódio são do nosso grupo da primeira fase. A insegurança bateu, a pressão de ter que jogar uma partida de vida ou morte contra a França, de conseguir a classificação, mas a gente nunca duvidou, a gente merecia chegar aonde a gente chegou, trabalhamos e a gente conseguiu".  

O levantador William, que disputou pela primeira vez os Jogos Olímpicos aos 37 anos, revelou que agradeceu ao técnico Bernardinho a oportunidade que teve. "Ele motivou a gente o tempo todo, o Bernardo é um cara fora de série, tem sete medalhas olímpicas. Agradeci a ele por ter me dado a oportunidade de disputar uma Olimpíada e que daria o meu máximo sempre pelo que ele fez por mim. Espero ter ajudado de alguma maneira. Vou continuar trabalhando. Não sei o que vai acontecer depois. Confesso que jogar uma Olimpíada é bom demais. Se eu pensar em mim, difícil falar. Com 37 anos, nenhuma cirurgia, espumando vontade de querer jogar, de ganhar mais títulos. Eu sei que Olimpíada é muito legal. Demorei muito para chegar aqui e fico imaginando como será Tóquio e eu gostaria muito de estar lá".

O ponteiro Lucarelli, que durante os Jogos teve um leve estiramento muscular na coxa direita, participou do grupo que conquistou a prata há quatro anos. "No terceiro set, quando vencíamos por 2 a 0, comecei a pensar em Londres e pensei: o brasileiro não merece passar por aquilo de novo".  Sobre a partida, o oposto Wallace, que mereceu os elogios de Bernardinho e de Bruno, disse que todos tiveram que dar o máximo para conquistar o ouro. "Se você não se doar o máximo, é muito difícil ganhar um título desses. Eles (os italianos) jogaram o que vinham jogando. Nós é que tivemos uma postura de não deixar eles desenvolverem. Eles começavam normalmente o set na frente, e nós tínhamos que buscar. É muito difícil isso, correr atrás. Tem que jogar taticamente, bloquear bem, atacar bem, fazer tudo certo".

Foto: COB


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