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Guia Rio 2016: Handebol


O esporte coletivo mais imprevisível dos Jogos Olímpicos chega com uma equipe de destaque no masculino e uma no feminino, mas um pouco abaixo estão uma série de adversários ferozes esperando qualquer erro. E expectativa é que, no Rio, a maioria dos jogos sejam apertados e imprevisíveis, assim como foi a tônica dos últimos mundiais e campeonatos europeus do ciclo.

O torneio de handebol nos Jogos Olímpicos é disputado por 12 equipes em cada naipe. As seleções são divididas em dois grupos de seis, sendo que as quatro primeiras de cada chave avançam para as quartas de finais e seguem na disputa de jogos eliminatórios.

Masculino
Data: 7 a 21/08
Sede: Arena do Futuro
Competidores: 168 atletas em 12 equipes
Favoritos ao ouro:  França |  Alemanha
Candidatos a medalha:  Croácia |  Polônia |  Suécia |  Catar |  Dinamarca
 Brasil: Classificado como país-sede

Grupo A: França, Dinamarca, Croácia, Tunísia, Catar e Argentina
Grupo B: Polônia, Eslovênia, Suécia, Brasil, Alemanha e Egito

A França chega no Rio com o status de bicampeã olímpica e campeã de três dos últimos quatro mundiais. Sem dúvidas é o time a ser batido nos Jogos Olímpicos. O experiente goleiro Thierry Omeyer ainda fecha o gol do time francês, que ainda tem o armador central Nikola Karabatić, eleito o melhor do mundo em 2014.

A Alemanha, depois de ter dependido de um convite para disputar o Mundial de 2015 - competição em que caiu nas quartas de finais - fez um Europeu quase perfeito em 2016, com uma campanha em que bateu com propriedade adversários como Suécia, Eslovênia, Dinamarca e Espanha. O goleiro Andreas Wolff é um dos grandes destaques da equipe, que subiu um nível nas previsões olímpicas ao vencer o Europeu.

A Croácia, bronze em Londres 2012, não convenceu no Mundial de 2015, em que caiu nas quartas de finais. Mas com uma mão calibrada do ponta-esquerda Manuel Štrlek, os croatas buscaram o bronze no Europeu de 2016. É uma equipe que sempre incomoda. Já a Polônia fez caminho inverso. Foi terceira colocada no Mundial (eliminada na semi em um jogo com arbitragem bastante contestada contra os cataris donos da casa), mas decepcionou no Europeu tomando, inclusive, uma surra de 37 a 23 para a Croácia. Quando os poloneses acertam o jogo, no entanto, é difícil batê-los. Olho no pivô Bartosz Jurecki.

Franceses comemoram o título Mundial de 2015

A Suécia chega no Rio com uma medalha de prata nos Jogos de Londres 2012. Após uma eliminação nas oitavas do último Mundial para a Polônia, os suecos fizeram um Europeu repleto de jogos parelhos, mas acabaram eliminados antes das semifinais. No Pré-Olímpico Mundial a equipe tirou a poderosa seleção espanhola dos Jogos.

Jogando em casa no Mundial de 2015, a seleção do Catar, repleta de jogadores naturalizados, alcançou o vice-campeonato do torneio. O feito, junto com o domínio absoluto na Ásia, credencia os cataris a lutarem por uma medalha inédita no Rio. A dúvida é se Zarko Marković, Rafael Capote, Danijel Sarić e companhia conseguirão manter tamanha competitividade fora de casa.

Por fim, a Dinamarca esteve longe dos resultados dos sonhos nos últimos dois anos. Depois de ficar com o vice-campeonato mundial de 2013 (edição vencida pela Espanha), os dinamarqueses caíram nas quartas de finais em 2015, também para os espanhóis. No Europeu de 2016 o time finalmente venceu a Espanha, mas acabou eliminado antes das semifinais. O trunfo dinamarquês é Mikkel Hansen, eleito o melhor do mundo em 2015.

O Brasil caiu em um grupo duro, em que possui quatro adversários de alto nível, o que também sugere um cruzamento de bastante dificuldade em caso de classificação. Após a eliminação nas oitavas do último Mundial por um gol para a Croácia, os brasileiros parecem ter adquirido um novo patamar, mas ainda ficam abaixo dos times europeus. O fator casa terá que fazer muita diferença para os brasileiros, embalados por um título pan-americano obtido em solo argentino. O objetivo principal é passar de fase.

Feminino
Data: 6 a 20/08
Sede: Arena do Futuro
Competidores: 168 atletas em 12 equipes
Favorito ao ouro:  Noruega
Candidatos a medalha:  Romênia |  Montenegro |  Holanda |  Rússia |  Brasil |  Espanha |  Coreia do Sul
 Brasil: Classificado como país-sede

Grupo A: Noruega, Romênia, Montenegro, Brasil, Espanha e Angola
Grupo B: Holanda, Rússia, Suécia, França, Argentina e Coreia do Sul

A Noruega vem de um bicampeonato olímpico e do título Mundial de 2015, além da conquista do Europeu de 2014. É, sem dúvida, a equipe mais forte e solida no handebol feminino mundial. Não bastasse um jogo coletivo apurado, as norueguesas ainda possuem a melhor goleira (Kari Aalvik Grimsbø), a melhor pivô (Heidi Løke) e a melhor armadora-direita (Nora Mørk) do mundo. É a aposta mais segura para os Jogos, mas não chega a ser um time imbatível e pode ser surpreendida no Rio.

A Romênia, terceira colocada no último Mundial e equipe de Cristina Neagu, melhor jogadora do mundo, possui o momento a seu favor. Depois de uma campanha mágica no Mundial de 2015, em que tirou o Brasil, que defendia o título, a dona da casa Dinamarca e forçou uma prorrogação contra a Noruega, as romenas passaram sem dificuldades pelo Pré-Olímpico Mundial. Tirando Neagu, que é um grande fator de desequilíbrio, as romenas não possuem uma base tão forte, mas quando encaixam o jogo coletivo provaram que podem ir longe.

Montenegro é a única seleção a vencer a Noruega em um jogo eliminatório no ciclo. Foi na decisão do Europeu de 2012, mesmo ano em que as montenegrinas foram vice-campeãs olímpicas. Com um jogo físico muito forte - que por vezes chega a ser violento - a base do time se manteve no ciclo. Katarina Bulatović é a craque montenegrina.

Neagu: melhor do mundo e capaz de desequilibrar para a Romênia

A sensação Holanda vem de um vice-campeonato mundial, obtido em dezembro. Com o elenco mais forte da história do país, as holandesas possuem uma das melhores primeiras linhas do mundo. No Pré-Olímpico mundial o país não teve dificuldades para atropelar a França em pleno solo francês. Com a tarimba obtida no último Mundial, a habilidosa Cornelia Groot e a goleadora Estavana Polman comandam a equipe em busca de uma inédita medalha olímpica.

Depois de alguns anos de recessão, a Rússia volta a figurar com um time forte no handebol feminino. O Europeu de 2014 foi a última competição de desempenho fraco russo. A partir de 2015 o time ganhou outra cara, passou pela primeira fase do Mundial vencendo todos os jogos no grupo da morte (que tinha também Noruega, Espanha e Romênia) e só caiu depois de um apagão contra a Polônia nas quartas de finais. A intensidade física do time impressiona, resta saber se a equipe terá estabilidade suficiente para encarar as Olimpíadas. O destaque russo é a ponta-direita Anna Vyakhireva, de apenas 21 anos.

A seleção brasileira, eliminada de forma traumática nas quartas de finais de Londres 2012, deu a volta por cima logo no ano seguinte, ao vencer o Mundial e entrar para o hall de seleções respeitadas internacionalmente. Em 2015 a equipe teve problemas com lesões e falta de ritmo, o que culminou em uma eliminação nas oitavas de finais do Mundial, mas, mesmo assim, o time venceu os cinco primeiros jogos que disputou em um grupo que estava longe de ser fraco.

Com um time mais forte do que o do ano passado, as brasileiras tentam a medalha inédita para coroar em definitivo uma geração que deve perder nomes importantes para o próximo ciclo. Duda Amorim, Ana Paula e Alê Nascimento são os pilares do time para os Jogos do Rio. O país também está bem servido de goleiras, com Mayssa e Babi. O grupo difícil, no entanto, pode trazer problemas já na primeira fase, mas tende a limpar o cruzamento das quartas de finais em caso de classificação.

Aspirações brasileiras passam por Duda Amorim

A Espanha chega como atual vice-campeã europeia, feito obtido em 2014, além de defender o bronze de Londres 2012. O time possui bons valores individuais, mas o envelhecimento da base da equipe pode trazer problemas. Nerea Pena, aos 25 anos, é o nome que se sobressai e uma grata surpresa do ciclo. Ao lado das experientes Macarena Aguilar, Marta Mangué e Carmen Martín, Pena tentará trazer uma medalha para o país.

A Coreia do Sul joga com a tradição ao seu lado. A equipe costuma crescer em Jogos Olímpicos, tanto que, em oito participações olímpicas, o pior resultado das sul-coreanas foi um quarto lugar. O time do Mundial de 2015 não empolgou, mas os amistosos pré-olímpicos da Coreia do Sul mostraram uma equipe que deve causar problemas na tentativa de defender o histórico boas participações. Olho na craque Ryu Eun-Hee.

Suécia e França são duas seleções fortes no cenário mundial, mas que, no momento, se apresentam um pouco abaixo das demais candidatas. De qualquer forma, Bella Gulldén e Nathalie Hagman são capazes de trazer problemas para qualquer adversário se estiverem em bom dia no lado sueco. Mesma coisa para Allison Pineau na seleção francesa.

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