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Forças de segurança e defesa simulam enfrentamento ao terrorismo durante os Jogos Rio 2016 em Deodoro

Moradores das proximidades da estação ferroviária Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, escutaram na manhã deste sábado (16.07) um forte estrondo por volta das 10h30, seguido de troca de tiros. Nos 60 minutos que se seguiram, uma intensa movimentação ocorreu no local: gritos de feridos, tropas especiais chegando por terra e ar, ambulâncias. Tudo não passou de um simulado, mas o exercício integrado de enfrentamento ao terrorismo das forças brasileiras de segurança e defesa foi mais um passo importante na preparação do país para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Este foi o quinto simulado de 2016 apenas em estações de trem administradas pela Supervia, mas vários   foram realizados nas áreas de competição do Rio e nas demais sedes do futebol. No maior deles, com enfrentamento feito em tempo real neste sábado, foram mobilizadas quase mil pessoas: militares das Forças Armadas, representantes da  Agência Brasileira de Inteligência, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa Civil, Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro, entre outros.

“Na avaliação da Defesa, o exercício foi proveitoso porque permitiu que trabalhássemos com parâmetros reais de acionamento e de emprego de tropa. Em um ambiente inter-agências, a integração é fundamental para a atuação conjunta. Há vários parâmetros, inclusive eletrônicos, de precisão de tiros, de comando e controle, de fluxo de comunicação. Tudo será avaliado após o exercício”, disse o comandante do Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT) do Ministério da Defesa, general Mauro Sinott.

O exercício
Dois terroristas armados detonam uma bomba em um dos vagões de um trem. Há feridos, os usuários se desesperam. Parte consegue fugir, alguns são feitos reféns. Imediatamente, o Exército – responsável pela segurança nas estações ferroviárias Deodoro, Vila Militar e Magalhães Bastos, todas próximas ao Completo Esportivo de Deodoro – realiza a ação de primeira resposta. A área é isolada, trens param de circular em todo o sistema. Há troca de tiros, mas os terroristas não são contidos. Então, tropas do 1º Batalhão de Forças Especiais do Exército são acionadas e chegam ao local por terra e em helicópteros.

“Dois mil homens só de Defesa trabalham com dedicação exclusiva à atividade de enfrentamento ao terror. Deles, 1.100 estão no Rio de Janeiro”, pontuou o general Sinott.

Outra aeronave sobrevoa a estação para fazer imagens do atentado. Os registros são acompanhados em tempo real no Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro, onde o gabinete de crise é acionado. 

Helicópteros também são usados para atrair a atenção dos terroristas e as tropas especiais conseguem neutralizá-los, liberando os reféns. Mas o trabalho continua. Os terroristas deixaram duas mochilas e, em uma delas, há explosivos. É hora da varredura do Esquadrão Antibomba da Polícia Civil, e do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército. Não há mais ameaças.

Os feridos são atendidos e encaminhados ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, também na Zona Oeste da cidade. Entre eles, Lucijane Oliveira, que é agente de estação e trabalhará durante os Jogos em Magalhães Bastos. “Valeu a pena, aprendi que tem que tentar não ficar desesperada, manter a calma e procurar seguir a orientação”, disse.  

Alerta amarelo
Coordenador geral da segurança pública dos Jogos no Rio de Janeiro, Cristiano Sampaio reforçou após o simulado que o Brasil está adotando as melhores práticas de enfrentamento ao terrorismo. “Visitamos todos os países que promoveram grandes eventos, fizemos trocas de experiências com os estrangeiros que têm mais vivência no assunto e temos no Brasil o que existe de mais atual. Hoje a experiência do mundo está sendo refletida aqui”, disse.

Sampaio afirmou que não há, no momento, ameaça identificada de ataque terrorista ao Brasil. Entretanto, diante de situações recentes, como o atentado em Nice, no sul da França, na última quinta-feira (14.07), quando um motorista avançou com um caminhão em direção à população que festejava a data da queda da Bastilha, deixando 84 mortos e 200 feridos, o nível de alerta aumentou.

“Os meios (de ação) estão desenhados e são os que foram planejados. O que vamos é trabalhar com mais atenção, aumentar revistas, aumentar controles de acesso. Hoje, diante da ausência de uma ameaça concreta para o Brasil, estamos em alerta amarelo, que é caracterizado pelo aumento da atenção e do nível de resposta em relação ao cotidiano. Isso pode evoluir para um alerta laranja ou vermelho de acordo com alguma ameaça concreta que seja identificada com relação ao Brasil”, explicou.

Encontro na França
Um representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) viaja para a França nesta segunda-feira (18.07) a convite do governo francês. A reunião ocorrerá menos de uma semana após o ataque em Nice.

“A Abin está mandando o seu diretor de Contraterrorismo à França conversar com os serviços de inteligência franceses, para a gente avaliar in loco como foi efetivamente o acontecimento. A partir dessa conversa, vamos reavaliar nossas posições, nossa avaliação de inteligência”, disse Saulo Moura, coordenador geral da área de inteligência do Sistema Brasileiro de Inteligência para os Jogos Olímpicos.

Ele disse ainda que, do ponto de vista da inteligência, há algumas delegações mais preocupantes durante o megaevento, mas que o nível de segurança oferecido é alto e igual para todas.

Foto: Brasil 2016




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