Foto: FAB |
A Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou, na manhã desta
quinta-feira (14.07), o planejamento para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016, em entrevista coletiva realizada no Departamento
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no Rio de Janeiro.
Foram detalhadas
as ações de gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo, defesa aérea e
missões em terra, como a recepção aos chefes de Estado, abordagem a
aeronaves que realizaram pouso obrigatório e, também, defesa biológica,
química, radiológica e nuclear. Mais de 15 mil militares da FAB e 80
aeronaves estão envolvidos nessas atividades.
O espaço aéreo terá regras especiais durante o período dos Jogos, com
restrições para sobrevoo na cidade do Rio de Janeiro. Serão ativadas
três áreas de restrição: áreas branca, vermelha e amarela, com
diferentes proibições de voo. Voos de ultraleves, saltos de paraquedas,
voos de parapente e de aeronaves remotamente pilotadas (RPA), por
exemplo, são algumas das categorias que serão afetadas pelas medidas de
restrição durante os jogos. Nas cinco áreas vermelhas, cada uma com 7,4
quilômetros de raio, estabelecidas sobre os complexos esportivos, só
poderão voar aeronaves que possuam autorização expressa do Comando de
Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMBADRA).
As medidas de restrição no espaço aéreo estão disponíveis no Guia Prático de Consulta sobre as Alterações do Espaço Aéreo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
"É importante ressaltar que todo procedimento de segurança gera regras,
e essas regras podem gerar algum tipo de desconforto e restrição. Não
há dúvidas de que temos que dar toda a atenção à segurança. Essas áreas
foram delimitadas em reuniões exaustivas, de modo que a aviação geral e
regular tivesse condições de operar durante os jogos”, explicou o
comandante do COMDABRA, brigadeiro Mário Luis da Silva Jordão.
A expectativa é que ocorram 270 mil embarques e desembarques na
cidade do Rio de Janeiro durante quatro dias de pico, no início das
Olimpíadas. Somente para o dia 22 de agosto, um dia após o final dos
Jogos Olímpicos, são estimados 405 mil passageiros nos 10 aeroportos
envolvidos no esquema especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Sala Master
Para garantir a fluidez do tráfego aéreo e solucionar rapidamente
qualquer situação que possa afetar a regularidade das operações aéreas
como, por exemplo, problemas meteorológicos, será ativada, no Centro de
Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), no Rio de Janeiro, a Sala
Master de Comando e Controle. A Sala Master reúne, em um ambiente
voltado à coordenação de ações e tomada conjunta de decisões, 24 horas
por dia, representantes de ministérios, secretarias, agências
governamentais, empresas aéreas e todas as demais organizações
envolvidas direta ou indiretamente na estrutura do transporte aéreo do
Brasil. A Sala Master funcionará de 20 de julho a 24 de setembro.
Segundo o chefe do CGNA, coronel Luiz Roberto Barbosa Medeiros, a
Sala Master contará com o Sistema de Gerenciamento de Voos Olímpicos e
Paralímpicos (SVOP), um software desenvolvido especialmente para o
megaevento. Dentre as ações de preparação, o Programa de Simulação de
Movimentos Aéreos (PROSIMA) teve uma edição especial para o treinamento
dos controladores de tráfego, com ênfase na fraseologia em língua
inglesa e na simulação de aumento do tráfego aéreo e de ameaças.
Em terra, militares da Infantaria da Aeronáutica estão prontos para
manter a segurança das bases aéreas e demais instalações da FAB e,
ainda, atuar como batedores em comboios de autoridades. No caso de
aeronaves que tenham sido interceptadas pela defesa aérea e forçadas a
pousar, grupos com treinamento especial farão a abordagem em solo na
Base Aérea de Santa Cruz (BASC).
As ações de segurança em solo são coordenadas pelo Terceiro Comando
Aéreo Regional (III COMAR). “Realizaremos na Base Aérea do Galeão todos
os serviços que acontecem em um voo internacional ao chegar em um
aeroporto no Brasil. Temos a capacidade de receber três chefes de Estado
a cada 20 minutos”, explicou o comandante do III COMAR, brigadeiro José
Euclides da Silva Gonçalves.
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