Mayra em 2014, quando conquistou o mundial em sua categoria |
Mayra Aguiar é uma das judocas convocadas para seleção brasileira de Judô que carrega o status de favorita para a competição olímpica no Rio de Janeiro pelo ótimo ciclo olímpico que teve. Campeã mundial em 2014 e quarta do ranking, Mayra rechaça ter algum favoritismo: "Olimpíada é uma competição diferenciada, e não existe favoritismo. Temos muitos exemplos de atletas que não estavam entre os principais cabeças-de-chave e acabaram medalhando na competição", disse Mayra em entrevista ao Surto Olímpico na apresentação da seleção de Judô, na última quinta-feira.
Se ela não se considera favorita, a judoca sabe da pressão que existe para um bom resultado, não só dela, mas de toda a seleção: "A pressão ela existe, e vai existir cada vez mais que chegar perto (da Olimpíada), mas temos uma equipe muito vitoriosa, e nós conseguimos dividir essa tensão entre os atletas, assim ninguém sente tanto a pressão. Mas a pressão é um incentivo maior, ela existe porque a gente fez por merecer, temos uma equipe muito forte e com certeza a gente vai dar nosso melhor para conquistar os resultados que a gente quer".
Mayra falou da sua experiência em Jogos Olímpicos, já que no Rio de Janeiro ela disputará sua terceira olimpíada: "O amadurecimento é muito importante, todas as competições que disputei, todas as vitórias e principalmente as derrotas, a gente aprende mais. Essa bagagem de experiência é muito importante. Fui bastante jovem para Pequim, perdi na primeira luta da competição, mas toda a vivência de saber o que é uma olimpíada foi muito importante para conquistar uma medalha em Londres".
Sobre um possível confronto com a americana Kayla Harrison, pautados por muito equilíbrio, Mayra negou que exista alguma tática diferente contra ela, sequer uma rivalidade: "Essa rivalidade existe mais para as outras pessoas, para o público, do que ali dentro (no tatame). Claro que é ela é uma atleta que eu competi muito contra, e é sempre uma luta boa, independente do resultado, mas no torneio olímpico não será só ela. Tem outras adversárias, que eu vejo, que eu estudo, que batem de frente comigo, não é uma única pessoa que fico pensando, são várias. Mas na verdade, minha maior adversária sou eu mesma. Tenho que lidar com o psicológico, com os treinamentos, com tudo, a primeira que tenho pensar sou eu e depois eu foco nas adversárias".
Os atletas de judô disputam a competição olímpica em apenas um dia, e Mayra sabe que precisa ter um bom psicológico, pois o trabalho de quatro anos é medido dentro de um intervalo de poucas horas: "É bastante duro, pois são cinco lutas no dia e temos que dar o máximo naquele único dia de competição. E o nível é muito acirrado, as atletas são muito parecidas física e tecnicamente, e o psicológico prevalece muito na hora".
Sobre as expectativas de medalha, Mayra foi sucinta e falou em nome do grupo: 'É chegar lá e dar o nosso melhor, eu sei que cada um de nós pode fazer e o quanto cada um de nós se dedicou por isso"
Fotos: Divulgação
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