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Coluna Lance Livre: A consagração do rei



Não tem jeito. Você pode odiar LeBron James, acusá-lo de marrento, criador de panelinhas, derrubador de técnico, mandão, traidor, etc, mas ontem foi o dia de se render ao grande feito que James e o Cleveland Cavaliers fizeram no jogo 7 das finais da NBA 15/16. Feito esse que consagra LeBron para sempre no panteão dos maiores jogadores da história da NBA, fazendo jus ao seu apelido, de 'King James'

O jogo 7 da NBA ontem já seria histórico, independente do lado que vencesse.Golden State tinha conseguido a melhor campanha da história da temporada regular, 73-9. O título seria a afirmação da dinastia do time de Oakland, comandado por Stephen Curry. Mas do outro lado, tinha o Cleveland Cavaliers e seu longo jejum de títulos da cidade, já que o último título de um time em quaisquer ligas americanas foi em 1964, com o Cleveland Browns. E LeBron James, nascido no estado Ohio era a maior esperança do jejum acabar e tinha prometido quando voltou ao Cavaliers, um título da NBA.

LeBron James tem uma história incrível na NBA. De garoto prodígio que levou o Cavs a uma final em 2007, ele saiu como vilão após seu polêmico anúncio que iria para o Miami Heat. os fãs do Cavs ficaram furiosos e com razão, James fez oba-oba demais com sua mudança, que foi anunciada em um programa de TV em que ele prometia ganhar oito anéis em Miami.

A história foi diferente, ele conseguiu apenas 2 anéis em quatro temporadas e depois ele resolveu voltar à Cleveland, como o filho pródigo arrependido prometendo ser campeão. E ele sabia que podia. Ele não era mais o garoto marrento e imaturo. Ele apurou o seu talento em Miami, continuou marrento é lógico, mas se tornou um jogador completo por lá. E na sua volta, ele teria que reconquistar os fãs que queimaram suas camisas, e o xingaram de tudo que é nome quando ele jogou no Quick Loans Arena com a camisa de Miami.

Em 2015, ele levou o Cavs à final, mas ficou sozinho disputando com o time do Golden State. Venceu duas partidas, mas perdeu quatro e viu mais um título se perder. Em 2016 a missão parecia ser mais difícil, o rival do oeste simplesmente aniquilou seus adversários na temporada regular  e só na final do oeste eles sofreram e muito para passar, ao contrário do Cleveland que não precisou de nenhum jogo 7 para chegar a grande final.

E a final, e até o jogo 4 ela parecia ser dos Warriors. 3 a 1, o cavs na lona tendo que disputar o quinto jogo na Oracle Arena, parecia ser o fim. Mas LeBron James resolveu jogar e teve ao seu lado Kyrie Irving, e em uma atuação quase perfeita da dupla, ele venceram a partida e renasceram na série. No jogo 6 outra vitória e o jogo 7 seria eletrizante.

E foi. Com os jogadores mais nervosos que o normal, o jogo não foi o primor técnico mas foi carregado de emoção. Draymond Green jogava demais e parecia que iria ser o MVP dessas finais enquanto LeBron e Irving não deixavam o jogo acabar antes da hora. E esse equilíbrio foi até o fim. Faltando 4 minutos para o fim, as bolas pararam de cair em ambos os lados quando o jogo estava empatado, e o jogo ficou cada vez mais tenso. E faltando dois minutos veio o lance que para mim, mudou o jogo.

Esse toco definiu a série, Lebron foi como um animal para bloquear Iguodala

Andre Iguodala ia fazer uma bandeja para por o Warriors na frente, mas LeBron James apareceu como uma flecha, dando um toco espetacular. Se você rever a cena, você que LeBron saltou muito alto e precisou baixar a mão pra completar esse toco. Quando um cara dá um toco desse faltando dois minutos para fim, no auge do desgaste físico, é porque ele quer muito a vitória.

E ela veio nas mãos de Irving, que acertou a cesta de 3 salvadora, James ainda teve a honra de fazer o ponto do título em um lance livre, nada mais justo do que o Cleveland ser campeão com o último ponto sendo marcado por ele.

Agora, deve ser feriado em Ohio, em uma festa que não deve ter hora para acabar. E Graças a Lebron, que graças a essa incrível conquista, já que foi a primeira vez que um time virou após estar perdendo por 3 a 1. Lebron, que tecnicamente era um atleta incontestável, com impacto fortíssimo nos dois lados da quadra, completo, que joga nas cinco posições, se consagra como um dos maiores da NBA, o maior dessa década em que vivemos. E ninguém é obrigado a gostar de Lebron por causa disso, eu como torcedor dos Bulls pretendo continuar torcendo contra, mas é impossível ignorar o feito dele, que foi coroado ontem como o Rei de Cleveland e da NBA.


PS: Vem pro Rio ganhar a terceira medalha olímpica, LeBron...

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