Foto: Brasil 2016 |
Foram três dias de Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, mais de 400 atletas e uma grande oportunidade de avaliar o Engenhão, o Estádio Olímpico do Rio 2016. Velocistas e fundistas aprovaram a pista de competição, considerada rápida e à altura dos principais palcos da modalidade no mundo. Atletas das provas de campo também gostaram de suas áreas de disputa. A pista de aquecimento, feita com o mesmo material da principal, recebeu elogios da maioria dos participantes, mas alguns observaram que ela ainda não está 100% finalizada. O estádio de forma geral passa por ajustes para os Jogos Olímpicos.
“Dá para ver que o estádio ainda passa por reforma, mas as pistas de
competição e aquecimento estão muito boas. Já estive em vários estádios
olímpicos e este é tão bom quanto os outros. Ele é menor, e penso que
isso vai deixar tudo mais intimista. Acho que vários recordes serão
quebrados”, disse o norte-americano Brandon Johnson, bronze nos 800m no
evento-teste.
“Tudo funcionou bem, só não foi colocada a areia das caixas da pista
de aquecimento, mas como ninguém estava usando no aquecimento, não fez
falta. O resto está perfeito”, avaliou Keila Costa, que disputou o salto
em distância e o salto triplo, provas em que já tem índice para o Rio
2016. Segundo o diretor executivo de Esportes do Comitê Organizador,
Agberto Guimarães, a pista de aquecimento deve ser finalizada ainda
nesta semana.
Vice-campeão dos 400m em Londres 2012, o dominicano Luguelín Santos
gostou da pista, mas observou que ainda há trabalho a fazer no Engenhão,
e que vestiários e banheiros poderiam estar melhores. Agberto pontuou
que a Prefeitura do Rio de Janeiro fará ações de manutenção no estádio.
“Eles vão limpar, tem lugar que vão pintar, vão arrumar as cadeiras
que estiverem quebradas, vão terminar os assentos temporários, é
trabalho de responsabilidade da prefeitura. Nossa equipe de
Desenvolvimento de Instalação Esportiva faz um acompanhamento disso para
ter certeza de que tudo que é necessário para os Jogos a gente vai
receber”, explicou, fazendo referência à colocação das 15 mil cadeiras
que aumentarão a capacidade do Engenhão de 45 mil para 60 mil lugares.
Um detalhe que pode não ser notado pelo público geral, mas que faz
diferença para quem vai para a pista, foi testado no Ibero-Americano. Em
vez de os papéis com nome e número de identificação dos atletas serem
anexados ao uniforme com alfinetes, eles foram colados na roupa.
Inovação que, caso tenha aprovação da Federação Internacional de
Atletismo (IAAF), será aplicada em agosto.
“É uma novidade que a patrocinadora dos Jogos, em concordância com a
Federação Internacional de Atletismo, resolveu testar aqui. As máquinas
fazem os números na hora. É positivo tudo que você fizer para facilitar a
vida do atleta. Em todos os Jogos que competi, sempre me furava com o
alfinete. O papel fica embolado, tem que tirar para lavar a camisa. Este
você prega e acabou. É um adesivo super fino, parecido com o tecido da
camisa do atleta”, explicou Agberto Guimarães, que é ex-atleta dos 800m e
1.500m.
“Não pesa, é ótimo. Colocam bem rápido, em cinco minutos. Ficou sensacional”, aprovou o dominicado Luguelín Santos.
Tecnologia de resultados
Um dos aspectos-chave do teste do Engenhão foi a tecnologia de
cronometragem e resultados. A empresa responsável por esse serviço está
trabalhando com câmeras com mais definição e sensores mais apurados nos
blocos de partida para detectar falsa largada, entre outras novidades.
Agberto fez avaliação positiva da experiência.
Questionado sobre a defasagem em informações de algumas marcas
pessoais dos participantes, exibidas nos telões e presentes nas listas
entregues aos jornalistas, ele explicou que os dados foram fornecidos
pelas federações nacionais e que a checagem para os Jogos Olímpicos é
diferente e rigorosa.
“Nos Jogos, todos os atletas são inscritos pelo comitê olímpico do
país. Temos uma equipe que faz a inscrição de todos os atletas. Essas
inscrições são acompanhadas pela federação internacional de cada esporte
para validar se você que está inscrito naquela prova fez realmente o
índice. Validando, a gente tem isso no sistema. Aí vem a reunião de
registro das delegações, feita antes da entrada dos atletas na vila,
para conferir. A partir dali o atleta pode competir nos Jogos”,
detalhou.
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