Foto: Rio 2016 |
Palco do atletismo e de algumas partidas de futebol nos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Estádio Olímpico João Havelange
(Engenhão) foi apresentado na quinta-feira (12). O local passou
por obras de adaptação e adequações elétricas que receberam investimento
de R$ 52 milhões da prefeitura da cidade olímpica.
Construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o
Engenhão passou por mudanças para sediar os Jogos de 2016. Com a
instalação de arquibancadas temporárias nos setores Norte e Sul, o
estádio aumentou sua capacidade de público de 45 mil para 60 mil
espectadores. Na área de competição, a pista principal e a de
aquecimento foram substituídas.
Outras importantes intervenções foram feitas na parte elétrica,
adequada para atender requisitos de novas tecnologias de transmissão e
exigências dos Jogos. Foram alterados os sistemas de distribuição de
energia, som e iluminação; a infraestrutura para passagem de cabos do
sistema de cronometragem, energia e transmissão; aumento do número de
câmeras de segurança; instalação de bebedouros; construção de banheiros
acessíveis; pintura e limpeza; adequações de acessibilidade para público
e atletas cadeirantes; e recuperação de paredes e pisos.
"Foi feita a recuperação de banheiros, elevadores, de ar
condicionado, dos equipamentos de proteção contra incêndio, de
sonorização. A pista que estava muito antiga - usada no Pan 2007- foi
toda trocada, assim como a pista de aquecimento lá fora. Boa parte do
custo aqui foi operação de pista e a parte de energia. A Olimpíada exige
da gente uma redundância, duas redes, além dos geradores. E acaba sendo
um legado importante para o Engenhão", explicou o prefeito Eduardo
Paes.
A prefeitura do Rio ainda construiu a estrutura metálica que abrigará
o painel eletrônico de resultados, que terá 30 metros de comprimento
por nove de altura. O telão utilizará a tecnologia de LED e será o maior
já instalado em estádios. Atletas e público poderão acompanhar nele os
resultados e assistir novamente aos melhores momentos das provas. A
tecnologia será montada pelo Comitê Organizador Rio 2016.
A partir do sábado (14), o Engenhão recebe o Campeonato
Ibero-Americano de atletismo, evento-teste da instalação. As provas vão
até segunda-feira (16). A competição reunirá 300 atletas de 25
países. Depois, entre 18 e 21 de maio, será a vez de o estádio sediar o
Open Internacional de Atletismo Paralímpico.
No evento de entrega do estádio, nesta quinta-feira, Paes reforçou
que a condução dos Jogos Olímpicos não será afetada com as mudanças na
presidência do país. "Esse é um assunto que perpassa disputas políticas,
perpassa administrações. A presidenta Dilma vinha tratando de forma
muito correta as Olimpíadas e assim continuará com o presidente Michel
Temer. É importante que a gente entenda que esta é uma agenda da nação
brasileira, do país, não é agenda de um ou outro partido".
Cobertura do estádio
A cobertura do Engenhão também passou por obras nos
últimos anos. O estádio foi interditado e ficou fechado por quase dois
anos para a reforma da estrutura que estava com risco de desabamento.
"No primeiro semestre de 2013, nos foi apresentado o laudo da empresa
alemã SBP que condenava a estrutura da cobertura, mais especificamente
os arcos e o telhado. Considerando a segurança, a Prefeitura chamou o
Botafogo, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro e comunicamos que
faríamos a interdição do estádio. Após essa interdição, o consórcio que
finalizou a construção do estádio contratou especialistas para
desenvolver o projeto de reforço da cobertura, e a prefeitura nomeou uma
comissão de notáveis para acompanhar a execução desse projeto e da obra
de recuperação", relembrou o Alexandre Pinto, secretário municipal de
Obras
A obra terminou no fim de 2015, mas houve partidas
dos campeonatos carioca e brasileiro ao longo do ano. “Mudamos o sistema
estrutural da cobertura, antes era em arcos, e agora é em treliças, e
colocamos mais de 1300 toneladas de aço nesta nova estrutura. A obra
terminou, com todos os acabamentos, no fim de 2015, mas antes disso já
havia segurança perfeita para colocar gente no estádio. Tivemos alguns
jogos no ano passado. A prefeitura não colocou um real nisso. Existe uma
briga judicial entre o consórcio que terminou a obra e o primeiro
consórcio que executava as obras, e a Justiça vai dizer quem vai arcar
com os custos", acrescentou o secretário.
Praça
No entorno do estádio, o destaque é a Praça do Trem, que teve os
galpões restaurados e recebeu nova iluminação, paisagismo, reparos na
rede de drenagem e pavimentação. A Praça do Trem tem
aproximadamente 35 mil metros quadrados e recebeu um conjunto de
melhorias urbanísticas e construção de calçadas e ciclovia. O projeto
incluiu uma esplanada acessível para facilitar a circulação e atender a
logística de operação dos Jogos. Após o evento, será uma praça com
mobiliários urbanos. Durante os Jogos, será o principal acesso do
público ao Engenhão.
Cerca de 90 árvores foram plantadas, respeitando a visibilidade dos
galpões. A iluminação utiliza lâmpadas de LED e 15km de dutovias para
garantir eficiência energética e permitir o uso do local durante a
noite. Logo após os Jogos, será inaugurada na Praça do Trem a Nave do
Conhecimento Olímpica, instalada em um prédio de dois andares, com
salões de mil metros quadrados.
"Eram galpões da Rede Ferroviária Federal que estavam abandonados há
muitos anos, o (Carlos) Nuzman conseguiu alguns anos atrás passá-los
para propriedade do Comitê Olímpico Brasileiro, a ideia era fazer ali a
sede do COB. Quando ganhamos as Olimpíadas, eu pedi a ele que cedesse
para a Prefeitura, e fizemos uma grande praça para uma área da cidade
que não tem qualquer espaço livre. A área está pronta no modo Jogos,
depois ela vai receber equipamentos de lazer. A Nave do Conhecimento
Olímpica vai ser uma espécie de super museu digital", disse Eduardo
Paes.
A cabeleireira Cely dos Santos e a técnica de enfermagem Rosimar
Simões adoraram a praça. Rosimar mora pertinho e já tem planos de uso do
espaço. "Quero fazer exercício, dança. Isso aqui era muito morto,
fizeram o Engenhão e não mudou muito. Agora vai melhorar muito pra
gente", disse.
Grafite
Quem chega ao Engenhão pela Praça do Trem pode conferir obras dos
grafiteiros Airá OCrespo, Cazé, Duim, Gil Faria, Josué, Pakato, Rena e
Sark, reunidas pelo Instituto Eixo Rio. Os desenhos estão em um painel
de 400 metros quadrados e são inspirados em comportamentos despojados
atribuídos aos cariocas e em pontos turísticos como Arcos da Lapa,
Maracanã, Corcovado, Praça da Apoteose e Pão de Açúcar.
Além da reforma da praça, o projeto de revitalização dos arredores do
Engenhão, iniciado em 2014, inclui a reurbanização das ruas do entorno
do estádio. Na primeira fase, entregue em janeiro de 2015, foram
beneficiadas as ruas que formam o quadrilátero do entorno do estádio.
Elas ganharam acessibilidade, novos passeios, meios-fios e sarjetas, uma
ciclovia com 2 quilômetros de extensão, além de infraestrutura para
nova iluminação e posterior conversão de redes aéreas para subterrâneas.
A segunda parte do projeto contemplou a reurbanização de 32 vias
visando à melhoria de acessibilidade no bairro com nova pavimentação de
calçadas, recapeamento das faixas de rolamento e realinhamento de
meios-fios. Também foram executados serviços de manutenção, limpeza e
reforço de captação superficial na rede de águas pluviais, eliminando
pontos de alagamento no bairro. O investimento total nas intervenções
foi de R$ 115,6 milhões.
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