Em uma modalidade repleta de atletas ainda adolescentes, a
ginasta de 40 anos é a exceção. Engana-se, contudo, quem pensa que a
idade se tornou impeditivo para conquistas de Oksana Chusovitina.
Confirmada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) com uma vaga
nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a uzbeque se prepara para nada
menos do que sua sétima edição olímpica. E avisa: quer o pódio.
"Estou me sentindo ótima e espero ter saúde daqui para frente para o
que quero realizar nos Jogos Olímpicos. Estou olhando só para frente,
para competir e ganhar", acrescenta a atleta, medalhista de ouro por
equipes nos Jogos de Barcelona, em 1992, quando competiu pelo time
unificado da antiga União Soviética. Nas edições de 1996, 2000 e 2004,
Oksana representou seu país natal, o Uzbequistão.
Um ano antes das Olimpíadas de Atenas, contudo, a ginasta passou a
ter a Alemanha como residência oficial. A mudança foi devido a um
diagnóstico de leucemia em seu filho, Alisher, hoje com quase 17 anos.
Em busca de melhores condições para o tratamento, Oksana e o marido,
Bakhodir Kurbanov – que disputou os Jogos de Sydney-2000 na luta
olímpica – deixaram o Uzbequistão.
"Tive condições na Alemanha para ele ficar no hospital e se
recuperar. Sem seguro de saúde, eu teria que juntar muito dinheiro para
ele, por isso mudamos para a Alemanha", explica. A cidadania foi obtida
dois anos depois, quando Oksana passou a competir pela seleção alemã,
por onde disputou as edições olímpicas de Pequim-2008 – levando a prata
no salto – e Londres-2012. "Com a cidadania, recebi o seguro de saúde
para ele. Agradeço o mundo inteiro porque todos me ajudaram e agora meu
filho está ótimo, jogando basquete", conta.
"O evento mais marcante da minha vida foi quando voltei das
Olimpíadas de Pequim e recebi a notícia de que meu filho estava bem de
saúde", relembra. É também em relação a Alisher, e não à ginástica, que
ela traça seu grande sonho. "A maior meta da minha vida é ver meu filho
crescer e ser feliz", diz Oksana. Por causa da escola, contudo, ele não
poderá ver a mãe em ação na Arena Olímpica do Rio em agosto.
Ainda morando na Alemanha, a veterana voltou a representar o
Uzbequistão. Quando questionada se gostaria de ser a porta-bandeira do
país, ela comenta que a festa poderia atrapalhar o descanso necessário
para a disputa olímpica, já que a ginástica está agendada para começar
em 6 de agosto, um dia depois da cerimônia de abertura. Oksana já sabe,
porém, quando poderá exibir seu país ao público. "Quando eu pegar a
minha medalha, vou carregar a bandeira do Uzbequistão", brinca.
Foto: Brasil 2016
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