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Com jogadora de 14 anos, Cuba deixa Mundial da Itália sem nenhuma vitória


A seleção feminina de Cuba nem de longe lembra aquela vitoriosa da década de 90. A curta e ruim campanha no Mundial da Itália evidenciou os novos tempos vividos pelo esporte cubano. Com uma equipe júnior, com direito a jogadora de apenas 14 anos, mostrou o completo despreparo ao perder todos os cinco jogos disputados na primeira fase. Em último lugar em seu grupo, o país tricampeão olímpico e mundial se despediu da competição com uma imagem bem distante daquela vitoriosa de tempos atrás.

Cuba caiu no Grupo D do Mundial, ao lado de Bélgica, Porto Rico, Japão, China e Azerbaijão. Perdeu todos os jogos sem oferecer qualquer ameaça a seus adversários. Em toda a campanha na primeira fase, ganhou apenas um set, contra o fraco time do Azerbaijão, e ficou em último lugar da sua chave. Como apenas os quatro melhores países de cada grupo passavam para a segunda fase, as cubanas se despediram da competição precocemente.

O resultado na Itália, no entanto, não chegou a ser uma surpresa. O vôlei, assim como outros esportes no país, sofre com as consequências da crise causada pelo alto índice de deserção de atletas nos últimos anos. A saída tem sido escalar jogadoras mais novas, sem muita experiência e geralmente distantes da técnica e profissionalismo desejados para uma equipe de ponta. 

A média de idade das jogadoras abaixo de 20 anos evidencia a frágil equipe cubana. O país levou para a Itália o time mais novo entre os 24 que disputam a competição. Melissa Abreu, de apenas 14 anos e 1,84m de altura, é a atleta mais nova do Mundial. Curiosamente, apesar de ainda ser uma menina, é ela quem carrega a responsabilidade de levar esperança para a seleção cubana.

- Eles estão jogando com um time extremamente jovem. Como força de voleibol, é uma pena que isso esteja acontecendo com um time tricampeão olímpico, tricampeão mundial, que ganhou todos os torneios existentes no mundo e já fez as melhores jogadoras do mundo – lamentou o experiente técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães.

O último resultado expressivo do país no vôlei feminino foi nos Jogos Pan-Americanos de 2007, quando conquistou a medalha de ouro, justamente em cima do Brasil. Antes disso, Cuba levou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004, também após superar a seleção brasileira. Mas foi na década de 90 que as cubanas realmente fizeram história. Foram três medalhas de ouro olímpicas seguidas (Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Sydney 2000) e duas mundiais (Brasil 1994 e Japão 1998). O primeiro título mundial foi na União Soviética, em 1978.

Quando a geração das estrelas Mireya, Regla Torres e Regla Bell se despediu das quadras, no início dos anos 2000, o time cubano foi renovado, conseguiu alcançar alguns bons resultados, mas foi caindo com o passar dos anos. As deserções causadas pelo descontentamento com a política do país selaram de vez a crise. O estopim foi nas Olimpíadas de Londres 2012, quando a desfalcada seleção feminina não conseguiu classificação para disputar a competição. 

- É complicado. Nós sabemos que as jogadoras que estão hoje fora do país são grandes jogadoras. Se juntassem elas, Cuba seria uma das maiores equipes do mundo – disse Zé Roberto.

Fonte: globoesporte.globo.com

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