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Dossiê de candidatura do Jogos do Rio de Janeiro previa obras prontas já em 2011

O dossiê da candidatura do Rio para sediar os Jogos de 2016 previa uma série de prazos, não cumpridos, para a construção de obras permanentes em instalações esportivas. As datas foram revistas mais de uma vez, numa demonstração de que o documento oficial não apresentava nenhuma garantia operacional da entrega dos equipamentos nas datas previstas.

A arena de basquete, no Parque Olímpico, é um dos exemplos do atraso reclamado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Originalmente, as obras de sua estrutura permanente deveriam ter sido iniciadas em 2009 e concluídas em 2011.

Mas o que se vê no principal local dos jogos é um terreno com estacas e escavadeiras. A Concessionária Rio Mais, responsável por boa parte das instalações no Parque Olímpico, afirma que o cronograma está em dia. Ela venceu licitação para tocar as obras em 2012.

Ainda no dossiê, as instalações para esgrima e pentatlo moderno, no Complexo de Deodoro, também deveriam ter passado pelas primeiras intervenções em 2009 e finalizadas em 2011. Por acordo firmado assim que o Brasil ganhou o direito de realizar a Olimpíada, o governo do Estado seria responsável por erguer as instalações no local com recursos do governo federal. Mas, em julho de 2013, a área ficou a cargo da prefeitura.

Nos próximos dias, a prefeitura lançará as licitações para a construção e reforma das instalações de canoagem slalom, circuito de mountain bike, pista de BMX, centro de tiro, arena de rúgbi e pentatlo moderno, entre outras, no Complexo de Deodoro, que receberá 11 modalidades. O início dessas obras deverá ocorrer somente em setembro.

MATRIZ

Outro motivo do incômodo do COI diz respeito à definição dos gastos. O dossiê de candidatura do Rio para os Jogos tratava da criação de "uma Matriz de Responsabilidades com a participação de todas as entidades total ou parcialmente responsáveis pela entrega das instalações". Em julho de 2010, o então presidente Lula assinou uma medida provisória para facilitar o financiamento das obras para a Olimpíada. 

Na ocasião, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, declarou que era "fundamental" a definição da Matriz, pois, dessa forma, "cada ente governamental tem ciência de suas metas e Investimentos".

O documento final, porém, sofreu grande atraso. O COI aguardava a divulgação para 2011 e o Tribunal de Contas da União cobrou a definição em dois momentos em 2013, mas a Autoridade Pública Olímpica só foi divulgar parte dele no fim de janeiro deste ano.

Impaciente com o atraso, em 21 de março o diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos, Gilbert Felli, afirmou no Rio que "chega um momento em que precisa se definir quem vai assumir o quê, porque isso pode impactar nos prazos".

O COI esperava que o documento final da Matriz de Responsabilidades fosse definido em reunião prevista para o dia 27 do mesmo mês, em Brasília. A reunião foi adiada duas vezes e acabou acontecendo na terça-feira da semana passada. Na quarta, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou que o restante da Matriz será anunciado esta semana.


Fonte: Estado de São Paulo/Marcio Dolzan e Silvio Barsetti

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