A paisagem da orla de Ipitanga, no limite entre Salvador e Lauro de Freitas, vai se transformando aos poucos. O destino de muitos turistas que visitam a capital baiana está ganhando um novo atrativo. Em parte do terreno do antigo kartódromo Ayrton Senna, está tomando corpo o que promete ser a principal referência do judô brasileiro: o Centro Pan-Americano de Judô (CPJ).
Prometido desde 2011, o
local teve as obras iniciadas no segundo semestre do ano passado. O previsto
era que estivesse concluído em março e a inauguração fosse realizada em
abril deste ano. No entanto, a construção ainda está na fase final e, segundo
os responsáveis, só deve terminar dentro de 45 a 60 dias.
O CPJ será utilizado para
treinamentos das seleções baiana e brasileira, além de abrigar ações de
iniciação e formação no esporte. O principal motivo da construção do centro, no
entanto, é a preparação e aclimatação dos atletas de judô dos países
pan-americanos, que disputarão os Jogos Olímpicos Rio 2016.
No embalo das Olimpíadas, o
complexo é visto como uma possibilidade de transformar o esporte na Bahia.
A Federação Baiana (Febaju) e a Confederação Brasileira de Judô (CBJ)
têm conversado constantemente para definir os passos da estrutura após a inauguração. A
gerência ficará a cargo da CBJ, que promete ceder o espaço para que haja o
aproveitamento por parte de novos talentos.
- A grande mudança será o
intercâmbio que os atletas baianos terão. Investir no alto rendimento é
muito caro. O Centro Pan-Americano vai facilitar este intercâmbio. O atleta
baiano poderá treinar com grandes nomes do judô mundial – comenta o presidente
da Febaju, Marcelo Ornelas.
Aprovação nacional
Antes mesmo de ser
inaugurado, o Centro Pan-Americano de Judô tem movimentado o esporte. Em
janeiro deste ano, as obras receberam visita de atletas e do vice-presidente da
CBJ, Marcelo França. Com 50% do empreendimento construído, a avaliação foi
positiva.
Uma nova vistoria será
realizada no próximo mês, mas desta vez o projeto passará pela avaliação dos
integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Quando inaugurado, o CPJ
será gerido pela CBJ, que determinará o calendário de competições.
- Independente do calendário
que será elaborado pela Confederação, está em discussão um desafio entre Brasil
e Itália para o segundo semestre deste ano – informou o secretário do
trabalho, emprego, renda e esporte, Nilton Vasconcelos.
O Centro Pan-Americano de Judô
As obras do CPJ foram
lançadas em agosto do ano passado, em Salvador, com a presença do ministro do
Esporte, Aldo Rebelo. O canteiro chegou a contar com 380 funcionários, mas
atualmente 315 pessoas trabalham na construção.
O Centro Pan-Americano do
Judô tem 20 mil metros quadrados à disposição dos atletas, sendo mais de
13 mil em construções dos três prédios - Administrativo, Ginásio e Alojamentos.
O ginásio climatizado terá oito áreas oficiais com quatro dojôs e capacidade
para receber 1.900 pessoas.
Os alojamentos terão 20
suítes duplas e sete triplas para atletas, com salão de estar e sala de
jogos, além de
18 suítes e 10 apartamentos para dirigentes. O auditório poderá receber
200
pessoas. Haverá, ainda, um centro de preparação e recuperação física de
atletas
e outro de capacitação profissional; sala vip e estrutura administrativa
com um restaurante e um museu, além de uma quadra poliesportiva,
piscina
de relaxamento e uma pista de corrida.
O empreendimento é viabilizado
financeiramente pelo Ministério do
Esporte e pelo Governo da Bahia, em
parceria com a Confederação Brasileira de Judô e a prefeitura de Lauro de
Freitas. O orçamento total da obra é de R$ 29,2 milhões - são R$ 9,7 milhões de
recursos estaduais e o restante bancado com verbas federais.
Foto: Raphael Carneiro/Globoesporte.com
Fonte: Globoesporte.com
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