Tony Azevedo é um herói nos Estados Unidos – capitão da seleção de polo aquático,
ele representou o país quatro vezes nos Jogos Olímpicos. E é também um
cidadão do mundo – já defendeu times na Itália, na Croácia, em
Montenegro e no Brasil, além de falar seis idiomas. Mas, em seu coração,
Tony é carioca.
“Eu nasci no Rio e já visitei a cidade diversas
vezes. É um lugar mágico”, diz o atleta, em entrevista ao site
rio2016.com. “Eu amo como tudo é tão colorido e vivo e como as pessoas
são amigáveis e receptivas. Eu espero e acredito que os Jogos do Rio
serão lembrados eternamente”.
O pai de Tony, Ricardo, é um típico
carioca. Ele conheceu Libby, a mãe norte-americana de Tony, enquanto
estudava em Long Beach, na Califórnia. Tony tinha apenas um mês de idade
quando a família se mudou para os Estados Unidos e, aos oito anos,
começou a seguir os passos do pai, ex-jogador da seleção brasileira de
polo aquático, nas piscinas.
Tony conquistou, desde 1999, quatro
medalhas de ouro consecutivas nos Jogos Pan-Americanos. Mas o momento
mais feliz foi a conquista da prata nos Jogos Pequim 2008, quando a
surpreendente seleção norte-americana derrotou a favorita Sérvia na
semifinal, antes de perder por 14-10 para a Hungria na decisão. Após
este feito, o oitavo lugar nos Jogos de Londres foi uma desilusão, mas
Tony, agora com 32 anos, usa o sofrimento como motivação para o Rio
2016.
“Nosso time foi perfeito em Pequim e surpreendeu a todos
derrotando a fortíssima Sérvia. A maior parte dos jogadores seguiu na
seleção para os Jogos de Londres e chegamos como favoritos. Nós vencemos
os três primeiros jogos, mas perdemos os quatro seguintes. Foi uma
grande decepção”, afirma o atleta, que já pensa na edição brasileira dos
Jogos.
“Comecei a pensar nos Jogos do Rio quando perdemos para a Croácia nas
quartas de final em Londres. O momento em que uma edição Olímpica
termina é o ponto de preparação mais importante de um atleta para os
próximos Jogos. Mesmo que pareça que ainda há muito tempo pela frente,
este é o momento em que você deve assumir o compromisso de treinar forte
e melhor. Quatro anos podem passar em um piscar de olhos. Os Jogos do
Rio serão minha quinta e, provavelmente, última participação. Quero me
despedir ganhando a medalha de ouro com a seleção dos Estados Unidos”.
O
espírito competitivo vem de família. Após encerrar a carreira de
atleta, seu pai, Ricardo, foi técnico das seleções de polo aquático dos
Estados Unidos e da China. Do lado brasileiro da família, um tio foi
jogador de basquete, uma tia foi nadadora Olímpica e um avô foi lutador
de jiu jitsu. Sua irmã também jogou polo aquático profissionalmente na
Itália e é provável que seu filho, Cruz, nascido em maio, também
carregue o esporte nos genes.
Outra fonte de motivação vem de um
grave acidente que Tony sofreu aos quatro anos de idade. Ao cair
enquanto brincava, ele cortou o pescoço, rasgando a traqueia. Ele foi
levado de helicóptero ao hospital, seu coração parou por alguns minutos e
chegou a ser declarado morto. Depois da recuperação, os médicos
disseram a seus pais que Tony não seria capaz de praticar esportes ou de
ter um estilo de vida ativo.
“Imediatamente mostrei que eles estavam errados”, diz Tony.
Grande
parte da família Azevedo vive no Rio e as visitas agora se tornaram
mais constantes, já que, desde setembro, Tony joga pelo SESI, de São
Paulo (SP). Ele está ajudando a popularizar o polo aquático,
participando de palestras nas diversas filiais do clube pelo país.
“É
um programa fantástico, que dá oportunidades no esporte a crianças de
baixa renda. Meu sonho é que o polo aquático seja mais popular e é
fundamental que ele cresça no Brasil para que isso aconteça”, finaliza.
Foto: Arquivo Pessoal
Fonte: Rio 2016
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